Emma Stone defende temas polêmicos abordados em Pobres Criaturas

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Emma Stone defende temas polêmicos abordados em Pobres Criaturas

Por Gabriel Mattos

Pobres Criaturas, do diretor Yorgos Lanthimos, está entre os favoritos para a próxima edição do Oscar, concorrendo em 11 categorias. Mas ao mesmo tempo em que o filme é aclamado por sua forma ousada de explorar feminilidade, também é bastante criticado por um detalhe polêmico. Em entrevista, Emma Stone, que não só vive a protagonista como também produz o filme, defende as escolhas da trama (via CBM).

A história acompanha a vida de Bella Baxter, uma mulher que havia morrido mas foi trazida de volta a vida como o monstro de Frankenstein. Porém, há uma reviravolta na forma em que este retorno aconteceu: a boneca recebeu o cérebro de uma criança. Não muito tempo depois, a personagem começa a explorar sua vida sexual, o que não pegou bem para parte do público. Para estas pessoas, Stone tem apenas uma coisa a dizer.

“Se isso ajuda, como a pessoa que interpretou [Bella] e produziu [o filme], eu não vejo ela como uma criança em nenhuma daquelas cenas,” explica.

Emma Stone é uma força da natureza incontrolável, mesmo nas mãos de Mark Ruffalo (Créditos: Disney)

Na história, a reviravolta serve apenas para explicar a inocência da personagem, que está tendo as suas primeiras experiências com o mundo. Contudo, todos lhe tratam como uma mulher adulta e suas decisões, com o passar do filme, condizem com tal. Lanthimos, o diretor, reforça que a proposta jamais foi servir como uma questão literal.

“Se você pega um filme de forma tão literal, onde você começa a discutir em termos do cérebro de uma criança, então você está meio que perdendo o ponto da ideia de narrativa em um geral. Se você começa a analisar o filme como algo que poderia realmente acontecer, então é claro que o filme não funciona,” afirma Lanthimos.

Além da história acontecer em um universo fantástico, com elementos steampunk, que sugerem uma outra sociedade, as ideias mais básicas da trama como reviver cadáveres e a criação de monstros híbridos não funcionaria na realidade. E, para o autor, quando a obra estabelece este nível de desconexão com a realidade, a própria história é para ser encarada do mesmo modo.

Por fim, Stone alega estar empolgada com a recepção dividida que o filme recebeu após estrear entre o grande público. Para a atriz, indicada ao Oscar, é interessante ver como o filme pode encantar alguns e chocar outros.

Pobres Criaturas compete para se tornar o Melhor Filme de 2023 no dia 10 de março, durante a cerimônia do Oscar.

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