Elenco de A Bruxa de Blair quer que Lionsgate os consulte para projetos futuros e pague residuais

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Elenco de A Bruxa de Blair quer que Lionsgate os consulte para projetos futuros e pague residuais

Por Melissa de Viveiros

A Bruxa de Blair ganhará um remake, como revelado recentemente pela Lionsgate durante a CinemaCon de 2024. A novidade, porém, não foi bem recebida pelo elenco da produção original, que divulgou uma carta pública à Lionsgate exigindo uma compensação justa por seu trabalho no longa de 1999, bem como que sejam consultados sobre projetos futuros que utilizem seus nomes ou imagem.

A Lionsgate não produziu o filme original, apenas adquirindo a propriedade em 2003, ao comprar a distribuidora Artisan Entertainment. Antes do pronunciamento do elenco, o ator Joshua Leonard já havia criticado a decisão da empresa de fazer um remake, dizendo que “Nesse ponto, já são 25 anos e desrespeito vindo do pessoal que ficou com a maior fatia dos lucros do NOSSO trabalho, e é ao mesmo tempo desagradável e sem classe”.

A carta direcionada à Lionsgate foi assinada por Heather Donahue e Michael Williams, além de Leonard. De acordo com a Variety, os atores filmaram e improvisaram o filme com um orçamento mínimo, além de usarem seus próprios nomes para os personagens. Na compra da propriedade, cada um teria ficado com $300 mil dólares, enquanto o filme lucrou $248 milhões ao redor do mundo.

A briga quanto ao uso de sua imagem e nomes na franquia não é nova. Em 2002, os atores processaram a Artisan Entertainment por fazer o uso de ambos na sequência do filme original.

Os diretores do primeiro longa, Eduardo Sanchez e Dan Myrick apoiaram a causa do elenco. Junto dos produtores Gregg Hale, Robin Cowie e Michael Monello, eles divulgaram um pronunciamento em apoio, que pode ser lido abaixo:

“PRONUNCIAMENTO PÚBLICO DOS DIRETORES E PRODUTORES DE ‘A BRUXA DE BLAIR’:

Conforme nos aproximamos do 25º aniversário de A Bruxa de Blair, nosso orgulho do mundo fictício que criamos e do filme que produzimos é reforçado pelo anúncio recente de um reboot feito pelos ícones do terror Jason Blum e James Wan.

Enquanto nós, os cineastas originais, respeitamos o direito da Lionsgate de monetizar a propriedade intelectual como quiser, precisamos destacar as contribuições do elenco original – Heather Donahue, Joshua Leonard e Mike Williams. Sendo literalmente os rostos do que se tornou uma franquia, sua imagem, vozes e nomes reais estão intrinsecamente ligados à Bruxa de Blair. Suas contribuições únicas não só definiram a autenticidade do filme, como também continuam repercutindo ao redor do mundo.

Nós celebramos o legado do nosso filme e, da mesma forma, acreditamos que os atores merecem ser celebrados por sua associação duradoura com a franquia.

Atenciosamente, Eduardo Sanchez, Dan Myrick, Gregg Hale, Robin Cowie e Michael Monello”

A carta completa de Leonard, Donahue e Williams pode ser lida abaixo:

“NOSSOS PEDIDOS À LIONSGATE (De Heather, Michael e Josh, estrelas de A Bruxa de Blair):

1. Pagamentos residuais retroativos + futuros à Heather, Michael e Josh pelo serviço de atuação prestado no filme original, equivalentes ao valor que teríamos recebido por meio do SAG-AFTRA, se tivéssemos o sindicato e representação legal adequados quando o filme foi feito.

2. Consulta significativa quanto a qualquer projeto futuro de A Bruxa de Blair, seja reboot, sequência, prequel, brinquedo, jogo, atração, escape room, etc, em que seja razoável supor que os nomes e/ou imagem de Heather, Michael e Josh serão associados à marca para propósitos de divulgação na esfera pública.

Nota: Nosso filme teve dois reboots, ambos decepcionantes nas perspectivas de fãs/bilheteria/crítica. Nenhum desses filmes foi feito com participação significativa da equipe original na parte criativa. Sendo as pessoas que criaram a Bruxa de Blair e estiveram ouvindo o que os fãs amam e querem por 25 anos, somos sua maior, e ainda assim não utilizada, arma secreta!

3. “Subsídio A Bruxa de Blair”: Um subsídio de 60 mil dólares (o orçamento do filme original), pago anualmente pela Lionsgate para um cineasta desconhecido/aspirante ao gênero, visando apoiar a realização de seu primeiro filme. Sendo um subsídio e não um fundo de desenvolvimento, a Lionsgate não teria os direitos do projeto.”

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