Review: Super Mario RPG diverte, mas não se justifica como remake

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Review: Super Mario RPG diverte, mas não se justifica como remake

Por Melissa de Viveiros

Super Mario RPG é um título clássico da Nintendo, lançado originalmente em 1996 e sendo o último título de Mario no Super Nintendo. Este ano, o game retornou com um remake, que resgata a experiência de modo atualizado para os dias atuais, mas não conta com mudanças o bastante para ser considerado uma releitura da versão original.

Ficha Técnica

Título: Super Mario RPG

 

Desenvolvedora: Nintendo

 

Distribuidora: Nintendo

 

Plataformas: Nintendo Switch

 

Lançamento: 17 de novembro de 2023

 

Gênero: RPG, Aventura

 

Tradução para o Português: Não

 

Modos: Singleplayer

Entrando pelo cano

Castelo de Bowser passa por uma “reforma” logo no início do game.

A premissa de Super Mario RPG é simples, e facilmente deduzida por qualquer um familiar com o famoso encanador da Nintendo. Quando a princesa Peach é sequestrada por Bowser, Mario parte para salvá-la – mas, desta vez, um novo inimigo surge. Diferente dos jogos de plataforma, aqui a jornada é conduzida no formato RPG de turno, sendo possível explorar áreas com caminhos lineares e enfrentar adversários em batalha com um menu de comandos que conta com opções como ataque, defesa, especiais e itens.

Diferente do que a expressão em português sugere, entrar pelo cano em Super Mario RPG é uma experiência bastante positiva. Ainda assim, principalmente para os novatos, é preciso ajustar as expectativas: o jogo não é complexo, nem em seu sistema, nem em sua história, mas cumpre o que se propõe a fazer, apresentando uma experiência divertida por meio de uma obra atualizada para os dias atuais.

Visuais atualizados são o grande destaque do jogo.

Isso é notável principalmente ao se comparar o visual do game com o do original. O novo jogo se deu ao trabalho de trazer modelos inteiramente novos, e seu visual se destaca ainda mais nas cutscenes que traz. É preciso admitir que não parece particularmente impressionante sem uma memória clara da versão original, mas basta refrescar a memória para perceber todo o trabalho e cuidado que os desenvolvedores tiveram ao tornar o visual mais atual.

É difícil dizer o mesmo, porém, da jogabilidade. Super Mario RPG traz algumas poucas atualizações nesse sentido, como o (necessário) salvamento automático, um bestiário, a opção de um modo mais fácil ou mesmo o dano a mais de um inimigo ao acertar golpes perfeitos. Ainda assim, muito disso parece mais uma necessidade para trazer o game para o público atual do que de fato refazer algo de modo diferente.

Jogabilidade se mantém o mais próxima do original o possível.

Desde o início, o jogo faz um esforço notável para ser o mais acessível possível ao maior número de jogadores. Isso é perceptível na adição da nova dificuldade, que torna simples começar a jogar mesmo para aqueles pouco familiarizados com o gênero. Além disso, as explicações e tutoriais são oferecidos a todo momento, embora para os brasileiros seja uma opção restrita aos falantes do inglês. Mesmo assim, descobrir como as coisas funcionam é bastante intuitivo, e é fácil se acostumar ao ritmo do jogo.

O game não é longo, mas até isso é um ponto positivo: se alongar demais sem uma história mais complexa que prenda o jogador ou um sistema mais profundo de jogabilidade só tornaria o jogo tedioso e cansativo. O resultado é um jogo bom, que deve agradar principalmente aos fãs antigos, mas também pode cair no gosto dos novatos a esta parte da franquia Mario – mas que talvez não deva ser visto como um remake.

Remake ou remaster?

Será que remake é a definição certa?

Em termos de estrutura, o jogo permanece o mesmo. Apesar de ser chamado de “remake”, não há grandes mudanças para além daquelas que seriam as chamadas atualizações de “qualidade de vida”. Tudo que foi citado, bem como outras eventuais mudanças, não reimaginam ou acrescentam ao que já existia – apenas tornam esse conteúdo mais acessível aos jogadores de hoje em dia.

Isso pode ser considerado um ponto positivo para os fãs que só querem reviver a experiência original, ou mesmo os novatos que querem a essa experiência mas tem dificuldades em se adaptar a um jogo que conta com as limitações da época em que foi lançado. Não parece, porém, que remake seja a descrição adequada ou parâmetro certo para avaliar o game, uma vez que seus maiores destaques como atualização são o som e o visual. Pode não ser um problema do jogo em si, mas faz com que Super Mario RPG seja analisado sob uma lente que esperaria mais do que o jogo entrega em termos de atualizações e mudanças.

Nota: 6 de 10.

A jogabilidade e a história não se destacam por si só, mas funcionam em conjunto, principalmente aliadas aos visuais atualizados de Super Mario RPG. O saldo, no fim, é certamente positivo, ainda que o game não se justifique como algo novo, e sim mais próximo de um remaster. Assim, ainda que não seja perfeito, o jogo cumpre o que promete, e leva 6 de 10 da LH.

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