Review: Mortal Kombat 1 diverte com jogabilidade intuitiva e belos visuais

Capa da Publicação

Review: Mortal Kombat 1 diverte com jogabilidade intuitiva e belos visuais

Por Leo Gravena

Mortal Kombat retorna com um reboot da franquia que apresenta um dos jogos com um dos melhores gameplays da franquia até agora e visuais belíssimos porém que peca feio na hora de contar uma história satisfatória, ou minimamente original, com os amados kombatentes. Tive a chance de jogar Mortal Kombat 1 antecipadamente no PlayStation 5, e é notável que a franquia não tem medo de chegar com tudo na nova geração.

Ficha técnica

Título: Mortal Kombat 1

 

Desenvolvedora: NetherRealm Studio

 

Distribuidora: Warner Bros. Interactive

 

Plataformas:  Playstation 5, Xbox Series X|S, Nintendo Switch e PC.

 

Lançamento: 19 de setembro  de 2023

 

Gênero: Luta

 

Tradução para o Português: Sim

 

Modos: Singleplayer, multiplayer local e online

Mortal Kombat 1 still Baraka, Reptile, Ashrah, Kenshi, Luke Cage

Baraka, Reptile, Ashrah, Kenshi e Luke Cage

Mortal Kombt 1 traz ótima jogabilidade, mas peca na narrativa

Mortal Kombat 1 começa nos lembrando que após as manipulações e a batalha contra Kronika no título anterior, Liu Kang, agora como o Deus do Fogo, alterou sua realidade e moldou um novo mundo. Dessa forma, os jogadores mais novos podem conhecer versões iniciais desses personagens e suas histórias, que mesmo com uma ou outra alteração, ainda se mantêm bastante fiéis às origens clássicas dos kombatentes.

Como uma reimaginação dos personagens, a trama até funciona bem de início, porém os diálogos vergonhosos e natureza pobre da narrativa deixam claro que esta não é uma parte verdadeiramente importante para os desenvolvedores do título, que focaram mais no gameplay e fizeram uma trama de acompanhamento corrida para tentar navegar em uma onda que já saturou rapidamente – ou pelo menos, é a impressão que fica. E está tudo bem.

Jogando me deparei com um questionamento muito importante para minha relação com o jogo: a história ruim de Mortal Kombat 1 realmente importa? Decidi que não. Provavelmente já é um dos meus favoritos do ano. Mortal Kombat sempre foi muito mais do que a história dos seus personagens. Jogo após jogo, a franquia sempre se preocupou em trazer uma experiência incrível em visuais e jogabilidade, personagens tão icônicos que se tornaram parte do escopo da cultura pop e são facilmente reconhecíveis.

Mortal Kombat 1 Edenia Reptile

Jogo traz visuais belíssimos para os personagens e os cenários

Mortal Kombat 1 não reinventa a roda, mas traz todos os elementos que tornaram a franquia reconhecível de uma maneira que não apenas é visualmente elegante e ousada, mas também fluída e intuitiva, o que facilita bastante a aproximação com novos jogadores – o que é exatamente o ponto do reboot. O elemento mais fraco de Mortal Kombat 1 é sim sua história, mas esse também é o elemento que menos importa aqui.

Tirando toda a questão narrativa e decisões criativas insípidas relacionadas aos personagens, o game consegue até trazer um apreço maior por figuras como Reptile, Baraka e Mileena, que ganham um pouco mais de nuance e carisma em suas respectivas tramas, mas ainda assim nada como visto em títulos anteriores da franquia – que mesmo pecando por decisões controversas, ainda conseguiam trazer originalidade e surpresas para o jogador

A história de MK1 é ruim. E dai?

O título traz uma das melhores jogabilidades da franquia desde 2011 e, a menos que você esteja jogando no Nintendo Switch, um dos visuais realistas mais belos que um jogo de luta trouxe nos últimos anos. Mas mesmo com tantas novidades, como o modo Invasão, o título acaba deixando de lado alguns elementos bem divertidos de exploração dos anteriores, como a Krypta e maneiras mais simples de conseguir cosméticos.

O combate de MK1 não é apenas visualmente belo, mas também fluido e intuitivo, você não precisa ficar apertando os botões loucamente e nem saber de cabeça cada sequência de combos para vencer – e o sistema de Kameos se torna bastante divertido quando você aprende a utilizar seus jogadores.

O roster de personagens do jogo é muito interessante e MK1 se aproveita ao máximo de sua rica história, cheia de lutadores visualmente distintos, para trazer rostos esquecidos de volta, com personagens como Li Mei e Ashrah se tornando tão interessantes de se jogar quanto Scorpion e Sub-Zero.

Mortal Kombat 1 fatality

As lutas de MK1 são fluídas e contam com combos bastante intuitivos

Meus favoritos até o momento, Rain e Reptile, demonstram bem como o game consegue ser original e divertido na hora de criar uma jogabilidade única para cada lutador, fazendo com que os embates não pareçam ser sempre iguais e que você está apenas repetindo os mesmos comandos. Os combos são bem mais fáceis e o jogo continua a tradição de usar a movimentação dos personagens para lembrar o jogador como utilizar as habilidades.

A introdução dos Kameos também soma às novidades positivas, deixando as lutas bem mais dinâmicas e funcionando como um poder secundário que pode definir o rumo da batalha, além de permitir que o título traga lutadores amados que não estão no roster principal, como Goro, Kano e Sonya Blade.

Um elemento muito bom da jogabilidade aplicada à campanha do game é como, de início, você não utiliza os poderes e habilidades especiais de vários personagens, já que eles ainda não as adquiriram e por isso essas opções estão travadas. É uma excelente forma de mostrar o progresso do jogador e lutador, porém a ideia se perde em meio a narrativa que não se interessa em se aprofundar em qualquer aspecto além do básico.

Mortal Kombat Indiana Jones

Mortal Kombat sempre foi referencial e MK1 continua brincando com cultura pop de forma descontraído

Mas além de um jogo de luta, Mortal Kombat sempre foi uma experiência colaborativa. Desde a primeira vez que joguei Mortal Kombat Trilogy no PlayStation quando criança, gostei da experiências de jogar com outras pessoas, perdendo ou ganhando, Mortal Kombat sempre foi uma forma de se conectar através de muito sangue e violência e o novo título continua fazendo isso muito bem.

Seja no jogo local ou online – que não apresentou nenhum tipo de problema relacionado a queda ou conexão -, Mortal Kombat 1 traz uma jogabilidade multiplayer excelente e divertidíssima, sendo o tipo de jogo perfeito para chamar os amigos e curtir em casa, ou apenas jogar e conhecer novas pessoas através das lutas online.

Mortal Kombat 1 se consagra como a experiências definitiva para jogos de luta na nova geração de consoles, com gráficos excelentes, itens cosméticos que estão ali apenas para mudanças visuais e uma jogabilidade focada em combos intuitiva, que não te força a esmagar todos os botões de uma vez. O jogo é perfeito para novos jogadores e melhor ainda para jogar com os amigos.