Perifacon 2023: Dublador de Miles Morales revela curiosidades do processo de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

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Perifacon 2023: Dublador de Miles Morales revela curiosidades do processo de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso

Por Gabriel Mattos

Neste domingo (30), a Zona Leste de São Paulo foi o palco da Perifacon 2023, a terceira edição da primeira feira de cultura nerd das favelas. As grandes estrelas, como não poderia deixar de ser, foram os grandes heróis que ressoam com o público preto e periférico, como Miles Morales. Durante o painel “De Olho no Aranhaverso“, Cadu Paschoal, dublador do herói, contou um pouco do processo de Homem-Aranha: Através do Aranhaverso.

O evento foi mediado pelos dubladores Enevoada e Guto Cronosfera, que conversaram sobre a trajetória do ator e a importância do personagem. Assim como Miles, que vem do Brooklin, Cadu cresceu em São Gonçalo, uma cidade metropolitana do Rio de Janeiro. E para viver seu sonho de trampar com dublagem, precisou partir em uma jornada em que se sentiu muito como o Homem-Aranha da quebrada.

“Esse conceito do Aranhaverso me lembrou muito a minha saída de casa,” revela Cadu. “Quando você sai de casa… O Miles faz isso, né? Vai ganhar o mundo, cê acha que é uma coisa… E essa relação com a mãe, lutando nesse meio, mas sabendo que ele tem um lugar para voltar. Então eu me identifico muito com essa trajetória do Miles, né?”

O dublador também confirmou que precisou gravar mais de uma versão das cenas de Aranhaverso 2, reforçando a surpresa revelada pelos diretores de múltiplas edições do longa, com pequenas alterações, também foi feita no Brasil.

Por fim, Paschoal foi questionado por um fã sobre o processo de começar na dublagem, especialmente para pessoas da periferia como ele. A resposta veio com o pesar de uma indústria não muito aberta para novatos.

Para resolver a falta de diversidade no meio, Paschoal defende que a indústria de dublagem brasileira precisa “encarar diversidade de maneira mais séria, com estudo, de maneira mais efetiva.” O dublador recomendou, para quem é da periferia, o curso de Flora Paulita, que abre 50% de bolsas sociais para pessoas pretas, trans e de outros grupos marginalizados.