Overman: Diretor de longa de herói brasileiro trabalhou em filme do Universo Cinematográfico da Marvel

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Overman: Diretor de longa de herói brasileiro trabalhou em filme do Universo Cinematográfico da Marvel

Por Gabriel Mattos

Overman, filme nacional coproduzido pela Star Productions (antiga Fox), vai adaptar tirinhas clássicas da quadrinista Laerte para a tela dos cinemas, prometendo construir uma identidade bem brasileira para os longas de super-heróis com Tomás Portella na direção. Em visita da Legião dos Heróis ao set de gravações, o cineasta confessou ter uma surpreendente experiência com o subgênero queridinho de Hollywood: Portella já trabalhou diretamente com o Universo Cinematográfico da Marvel.

Em novembro de 2007, Portella colaborou diretamente no segundo filme do MCU, O Incrível Hulk, produzido pela Universal Studios. O longa contou com cenas gravadas diretamente na cidade do Rio de Janeiro, nas quais o cineasta atuou como assistente de direção, coordenando ao lado de Louis Leterrier.

“Quando era assistente de direção, trabalhei no Incrível Hulk, filmado aqui no Brasil na unidade de ação. E os caras filmam quatro planos por dia, cinco planos por dia. É um luxo que a gente não pode se dar”, confessa.

O Incrível Hulk teve cenas no Rio de Janeiro (C. Universal)

Em seu novo filme, rodado em sua totalidade em cerca de três semanas, tempo foi um recurso precioso. Depois que o figurino foi definido, os produtores começaram a idealizar os efeitos visuais junto com a direção para, sabendo das limitações de orçamento e tempo, finalizar o roteiro — um trabalho bem completo de pré-produção necessário para otimizar o tempo da equipe durante às gravações.

O diretor explica que a única maneira de contra-atacar a grande máquina cinematográfica dos Estados Unidos é com planejamento e criatividade. “A gente não tá entrando para brigar com as mesmas armas que os americanos. Senão a gente vai perder de monte. A gente tem dois dias de filmagem nesse chroma, os caras ficam dois meses,” conta Portella.

“Se a gente for lutar com eles com as mesmas armas que eles usam, a gente vai perder feio. Então tem que ser um pouco como os vietcongs, sabe? Que, com meia dúzia de bambu, colocaram os americanos pra correr,” diz.

Tomás Portella, na cadeira do diretor, nos bastidores de Overman

Este não é o primeiro projeto do diretor a abusar dos efeitos visuais. Portella explica que tende a dar preferência aos efeitos práticos, aplicados diretamente durante as filmagens. Em Overman, eles estarão muito presentes nas cenas de luta em que o herói arremessa seus inimigos com uma força descomunal. Porém, esta não foi a primeira experiência do cineasta com efeitos digitais.

“Não tinha feito [um filme] com tanto chroma key não,” confessa, “Fiz já alguns filmes com bastante efeito, mas mais efeito de locação mesmo. Fiz 4×100 (2019), um filme de atletismo nas Olimpíadas de Tóquio. A gente gastou a maior grana para encher as arquibancadas de gente e aí fomos para a Olimpíada de Tóquio e não teve ninguém na arquibancada por conta da pandemia.”

Coproduzido pela Star Productions, uma subsidiária da Disney, Overman deve chegar exclusivamente aos cinemas apenas em 2024. O elenco mistura novos rostos da comédia com grandes nomes da dramaturgia nacional, incluindo Caco Ciocler no papel titular, Karina Ramil, Otávio Muller, Maria Lucas e Victor Lamoglia.

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