Lost: Elenco e equipe expõem casos de bullying, racismo e misoginia no set da série
Lost: Elenco e equipe expõem casos de bullying, racismo e misoginia no set da série
Bastidores da série foram recheados de comportamento tóxico e ódio contra minorias.
Um dos maiores fenômenos da história da televisão, Lost estreou em 2004 e mudou a forma como as pessoas viam séries de TV, prometendo um grande mistério na história de um grupo de passageiros de avião que acaba caindo em uma ilha repleta de segredos. No entanto, a história dos bastidores da série acaba de ficar ainda mais assustadora e tensa que a ficção.
Recentemente, a autora Maureen Ryan lançou Burn it Down: Power, Complicity and a Call For Change in Hollywood (via Collider), livro que revela detalhes dos bastidores da série e como, dentro da produção, surgiu um ambiente hostil e violento com profissionais do elenco e da equipe de produção, incluindo roteiristas. Através da Vanity Fair, a autora divulgou um trecho do livro que mostra como a produção acobertou diversos casos de racismo, misoginia e abuso verbal.
Para essa seção específica do livro, a autora entrevistou o ator Harold Perrineau (Origem) e a roteirista Monica Owusu-Breen (Agentes da S.H.I.E.L.D.). Perrineau interpretou Michael na série, mas o personagem foi excluído da narrativa após a segunda temporada – e só retornou para ter um fim grotesco. Ele conta que, após se reunir com os showrunners Damon Lindelof e Carlton Cuse e explicar como a série estava usando estereótipos raciais bem negativos e deixando personagens não-brancos de escanteio. Em resposta, os produtores o demitiram da série.
Ao entrevistas Monica e Melinda Hsu Taylor (Nancy Drew), roteiristas importantes da série, Maureen descobriu que o ambiente da sala de roteiristas era cheio de abuso verbal e piadas misóginas e racistas. Por exemplo, elas dizem que o único roteirista asiático da produção era frequentemente chamado de “Coreano“, enquanto relatam casos de assédio sexual disfarçado como “piada”.
Harold Perrineau, que interpretou Michael, foi um dos mais afetados pelo racismo dos bastidores – ele chegou a ser demitido.
Um dos criadores da série, Damon Lindelof também foi entrevistado para o livro, e se justificou dizendo que ainda era inexperiente demais para lidar com todos os problemas dos bastidores:
“Meu nível de inexperiência fundamental como gerente e como chefe, meu trabalho como alguém que devia servir de modelo para o clima de perigo criativo e tomada de riscos, mas garantir um ambiente seguro e confortável dentro do processo criativo – eu falhei nisso.”
O livro de Maureen será lançado oficialmente no dia 6 de junho e promete dar uma visão sobre abuso de poder nos bastidores de grandes produções televisivas, como Lost, Curb Your Enthusiasm, Saturday Night Live, The Goldbergs e Sleepy Hollow. O livro ainda trará entrevistas com Evan Rachel Wood (Westworld), Orlando Jones (Deuses Americanos) e mais.
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