Christopher Nolan revela sua maior preocupação com o streaming

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Christopher Nolan revela sua maior preocupação com o streaming

Por Gus Fiaux

Um dos maiores diretores em atividade na atualidade, Christopher Nolan foi um dos grandes sortudos de 2023, já que seu mais novo filme, Oppenheimer, foi um dos poucos lançamentos do ano a se aproximar da casa do bilhão nas bilheterias. Grande defensor das salas de cinema e da experiência cinematográfica, o diretor agora compartilha algumas de suas preocupações com os streamings, além de falar sobre as recém-finalizadas greves em Hollywood.

Em uma entrevista ao Washington Post, Nolan pôde falar um pouco mais sobre o fim das greves em Hollywood, bem como seus receios na era do streaming. Ao ser questionado sobre a paralisação dos atores e roteiristas, o diretor só reforçou a importância do movimento:

“Eu acho que a paralisação pela qual passamos foi uma medida corretiva muito necessária na era do streaming, porque os estúdios mudaram a forma como distribuem seus materiais sem ajustar os contratos corretamente, então isso precisava acontecer.”

Quanto ao streaming, Nolan deixou muito claro que se preocupa com obras “desaparecendo” casualmente das suas plataformas digitais:

“Há um perigo, nesses dias, que se coisas só existem no streaming, elas podem ser removidas. Elas vêm e vão.”

A declaração vem menos de uma semana depois que o diretor falou que iria pressionar os estúdios para lançar uma versão em mídia física de Oppenheimer, para que “nenhum streaming malvado possa tirar de vocês“, nas palavras do próprio cineasta.

Amigo pessoal de Nolan, Guillermo del Toro também compartilhou suas preocupações sobre o streaming.

Quem fez coro às opiniões expressas por Nolan foi Guillermo del Toro, cineasta mexicano que ganhou o Oscar por seu trabalho em A Forma da ÁguaNo seu perfil do X (antigo Twitter), Del Toro falou sobre a necessidade de se preservar a mídia física, como uma forma de preservar a própria arte:

“A mídia física representa quase ‘Fahrenheit 451’ (onde algumas pessoas memorizam livros inteiros e, portanto, se tornam livros que amavam). É esse o nível da responsabilidade. Se você tem um bom aparelho 4K, HD, Blu-Ray, DVD, etc etc para um filme, ou filmes que você ama… você tem custódia daqueles filmes por gerações.”

Aqui, o cineasta ainda se refere à clássica distopia Fahrenheit 451, escrita por Ray Bradbury, cuja narrativa trata de um futuro onde o governo proíbe a existência de livros e os queima publicamente. Portanto, apenas alguns podem ter acesso a eles, e grupos inteiros de pessoas fazem o trabalho de memorizar livros para mantê-los “vivos”.

Ainda não há previsão do lançamento de Oppenheimer em mídia física.