Como Assassin’s Creed Mirage retorna às raízes da franquia com sua jogabilidade

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Como Assassin’s Creed Mirage retorna às raízes da franquia com sua jogabilidade

Por Melissa de Viveiros

Assassin’s Creed se tornou uma das maiores franquias dos videogames. Seja por meio dos games mais recentes, como Valhalla e Odyssey, títulos marcantes como Black Flag ou a icônica trilogia estrelada por Ezio Auditore, os jogos da Ubisoft se destacam por seu mundo único, mesclando acontecimentos históricos e ficção.

Mas outro ponto central para o sucesso de Assassin’s Creed é sua jogabilidade. Enquanto os três últimos jogos são bem-sucedidos em apresentar vastos mundos com muito a ser explorado, a franquia acabou seguindo um rumo um tanto diferente de suas origens, deixando saudades nos fãs mais antigos. Com a chegada de Assassin’s Creed Mirage, isso promete mudar por meio de um jogo que mescla elementos modernos a um incrível retorno às origens do que estabeleceu a série e conquistou jogadores ao redor do mundo.

O mundo de Assassin’s Creed Mirage

Bagdá é o principal cenário do novo Assassin’s Creed. (Reprodução: Ubisoft)

O cenário que serve de palco para a trama de Assassin’s Creed Mirage é a Bagdá do século IX. Ao explorar a cidade, é claro que os jogadores podem esperar encontrar algumas figuras históricas que influenciaram a chamada Era de Ouro de Bagdá, mas o local promete ter muito mais a oferecer.

Ao todo, a cidade em que a história se passa conta com quatro distritos bastante diferentes entre si, indo de ambientes mais industriais a belos jardins. No game, será possível explorar esses locais, descobrir os segredos que Bagdá guarda e experienciar esse mundo de modo muito imersivo. Além disso, Mirage promete que seu cenário será sensível às ações dos jogadores, reagindo aos atos do protagonista Basim.

Alamut poderá ser explorada pela primeira vez na série de jogos em Assassin’s Creed Mirage. (Reprodução: Ubisoft)

Como se não bastasse, o jogo promete trazer um outro local bastante empolgante para os fãs de longa data da franquia: Alamut. No período em que a história se passa, a fortaleza ainda está em construção, mas Mirage é o primeiro game da série a permitir que o lendário esconderijo dos assassinos seja explorado.

De acordo com o que a diretora de narrativa Sarah Beaulieu contou ao GamesRadar+, o time por trás do jogo lutou para incluir o local como parte do que homenageia a franquia, com a ideia surgindo após a decisão de ter Bagdá como o principal local onde a história de Basim se passaria. A escolha de Bagdá também não foi por acaso, como o diretor de arte Jean-Luc Sala explicou, dizendo que a equipe do game espera que “Bagdá traga de volta toda a nostalgia e memórias dos nossos jogadores de longa-data”, em referência à cidade ser parte do Oriente Médio, assim como os cenários do primeiro Assassin’s Creed.

Retorno às raízes

Jogabilidade de Mirage promete retornar às origens da série. (Reprodução: Ubisoft)

Basim é um personagem apresentado em Assassin’s Creed Valhalla, e sua história se passa alguns séculos antes dos Assassinos terem oficialmente estabelecido sua ordem como ela aparece no primeiro jogo da franquia. Mas, apesar de a história se passar antes da época de Altair, a jogabilidade retoma a base estabelecida no game original, de forma moderna e atualizada para os dias atuais.

Enquanto outros jogos mais recentes, como o próprio Valhalla, tiveram um foco maior na liberdade e expansividade dos RPGs, Mirage busca se aproximar mais da jogabilidade marcante que se tornou marca da franquia inicialmente. Elementos como o parkour fluído utilizado para explorar a cidade retornam no game, que promete trazer o Assassino mais versátil de toda a série.

Isso é notável na exploração, que conta saltos e escaladas bem semelhantes aos vistos no primeiro game ou na trilogia de Ezio Auditore, mas que funcionam de modo ainda mais fluído. Ao integrar novos elementos ao parkour, como cenas mais cinemáticas ou mesmo o uso do cenário para virar para um caminho diferente, Mirage atualiza a jogabilidade pela qual tantos fãs se apaixonaram, mantendo suas raízes ao mesmo tempo que a moderniza.

Furtividade volta a ser central no novo game. (Reprodução: Ubisoft)

Outro ponto em que isso se destaca são os assassinatos. Embora a franquia sempre tenha contado com opções de combate mais direto, em seu início eram os assassinatos furtivos que roubavam a cena. Exigindo do jogador a habilidade de analisar o cenário, planejar seu caminho e estudar seus inimigos para que possa chegar ao seu alvo pegando os adversários desprevenidos, a franquia e tornou referência no que diz respeito ao uso da furtividade em sua jogabilidade. Agora, Mirage honra essa origem ao trazer ainda mais opções que possibilitam derrubar inimigos de modo furtivo, seja com assassinatos aéreos ou com o uso de distrações que deixam os alvos vulneráveis.

A furtividade em si expande os conceitos originais, dando ao jogador ainda mais meios interessantes e divertidos de desaparecer na cidade quando está sendo perseguido. Seja com os métodos clássicos, como se misturar a um grupo de civis, ou deixando para trás obstáculos que obscurecem a visão dos perseguidores, o game traz exatamente o que se esperaria de uma recriação atual da jogabilidade original da franquia.

O vídeo abaixo, divulgado no Ubisoft Forward este ano, dá uma prévia do game focando justamente em sua jogabilidade, e demonstra como tudo isso funciona na prática:

Como se não bastasse, o novo Assassin’s Creed também atualiza e aumenta as ferramentas disponíveis para o jogador. De acordo com o site oficial de Mirage, este é o arsenal de ferramentas mais vasto já apresentado na franquia – o que também contribui para tornar a jogabilidade original mais profunda, sem perder sua essência.

Assassinatos em sequência, além de momentos mais “cinematográficos” tornam tudo ainda mais empolgante, aumentando a imersão no papel do Oculto que protagoniza o jogo. E, claro, o game também inclui elementos adicionados mais recentemente à franquia, como o uso da águia que acompanha Basim, Enkidu, para explorar os arredores com uma visão aérea.

O combate atualizado conta com toda a personalidade de Basim, algo que se reflete em seu estilo de luta e vários novos golpes e mecânicas. Enquanto utiliza espada e adaga como suas armas principais, o protagonista luta de modo elegante e letal, uma escolha deliberada dos desenvolvedores para que sua caracterização fosse mostrada também por meio do combate. O foco em um único tipo de arma permitiu que a equipe por trás do jogo se dedicasse ainda mais a criar uma experiência intuitiva com um personagem ágil, ao mesmo tempo em que tornaram o combate mais desafiador e recompensador, principalmente com a possibilidade de utilizar as ferramentas disponíveis para lidar com situações difíceis.

De aprendiz a mentor

Jogo não requer conhecimento prévio, mas traz diversas referências e conexões com o restante da franquia. (Reprodução: Ubisoft)

A narrativa tem foco central em Assassin’s Creed Mirage, contando toda a trajetória de Basim. Inicialmente um ladrão tentando sobreviver nas ruas de Bagdá, o jovem acaba se unindo aos Ocultos, sendo treinado pelos proto-assassinos em Alamut, que se tornaria um dos principais refúgios da organização. Ao longo da trama, o protagonista amadurece e aprende conforme os anos passam, eventualmente se tornando o mestre assassino que age como mentor de Eivor em Valhalla.

Mirage busca unir essa história à jogabilidade, refletindo esse caminho na jornada experienciada pelo jogador. Com isso, o game não se baseia em uma progressão voltada ao ganho de experiência, e o progresso no que diz respeito aos sistemas e habilidade é linear, acompanhando os eventos da trama.

Na prática, isso quer dizer que ao completar missões e avançar na história, o jogador aumenta seu nível dentro da Irmandade. Isso leva a novas oportunidades de missões, bem como a uma maior variedade de trajes e ferramentas disponíveis.

Progresso que acompanha avanços na história e novas ferramentas são apenas alguns dos destaques da jogabilidade de Mirage. (Reprodução: Ubisoft)

Ainda assim, o sistema do jogo não retira todas as opções do jogador. Na realidade, Mirage conta com novas opções de melhorias e personalização, sendo possível aperfeiçoar as ferramentas ao longo do jogo. Cada melhoria permite estratégias cada vez mais inovativas em relação à abordagem do combate e como lidar com inimigos, garantindo que a jogabilidade permaneça interessante ao longo de todo o game.

A customização também foi mantida na parte visual, trazendo opções de trajes diferentes para Basim. Outro elemento querido pelo público nesse sentido era a possibilidade de alterar as cores dos trajes, como era possível em Assassin’s Creed 2 ou Brotherhood. Agora, Mirage também trouxe de volta essa possibilidade, contando com vários trajes que podem ser tingidos para maior personalização.

Diante de tudo isso, fica evidente que o novo game busca refletir a jornada de Basim na própria jogabilidade, além de permitir que os jogadores se conectem mais com o assassino. É notável a inspiração do game no segundo Assassin’s Creed, retomando o caminho do que é considerado até hoje como o melhor título da série por muitos jogadores.

Onde e quando Assassin’s Creed Mirage estará disponível?

Assassin’s Creed Mirage estreou oficialmente em 5 de outubro. Assim, o jogo já está disponível para PC, PlayStation 4 e 5, Xbox One, Xbox Series X/S e Amazon Luna, podendo ser adquirido por meio do site oficial do game.

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