A Pequena Sereia: O que acontece no conto original? A diferença sombria entre ele e a versão Disney

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A Pequena Sereia: O que acontece no conto original? A diferença sombria entre ele e a versão Disney

Por Flávia Pedro

A Pequena Sereia é um dos maiores sucessos da Disney voltado para o público infantil, com uma animação super colorida e musical, que ganhou um live-action nessa mesma pegada. Porém, muitos contos da Disney não são originais do estúdio e vem de épocas muito antigas, onde nem tudo é tão leve quanto as histórias que conhecemos. A verdadeira história de Ariel é bem mais sofrida e sombria – quer saber o por quê? A gente te conta!

A história apresentada pela Disney você com certeza já conhece: uma sereia fascinada pelo mundo humano salva um belo príncipe de um naufrágio, acaba se apaixonando por ele e faz um acordo com uma bruxa do mar para se tornar uma humana. Mas tudo dá errado quando ela é enganada e tem que enfrentar inúmeros riscos para conseguir o seu final feliz.

Mas a verdade é que esse é um conto de Hans Christian Andersen, um autor dinamarquês que publicou o livro “A Pequena Sereia” em 1837, com uma história nada parecida com a que acabamos de te contar. A sereia realmente salva um humano de seu afogamento e realmente se atrai por ele, mas o que a leva a desejar ser uma humana não é o seu amor pelo homem ou sua curiosidade em relação aos humanos…

Na história original, a sereia descobre que os humanos tem almas eternas e vai atrás de uma bruxa do mar para conseguir as pernas humanas e, assim, conseguir essa “alma eterna” ao se casar com um humano. Contudo, a sereia não perde sua voz com um encanto… Na verdade, a sua língua é brutalmente cortada e a troca de sua cauda por pernas humanas é extremamente dolorosa, sendo comparada a ser perfurada por inúmeras facas a cada passo que a jovem dava. (via En-Vols)

Estátua da Pequena Sereia em Copenhagen, na Dinamarca.

Além de tudo isso, você pode esquecer também o “final feliz”, já que o príncipe se apaixona por outra mulher e não se casa com Ariel. Sabendo que seria morta e viraria espuma do mar, a jovem é instigada por suas outras irmãs e, num momento de desespero, esfaqueia o príncipe Eric por essa ser a única forma de quebrar a maldição e se transformar em sereia novamente. Mas Ariel hesita no último segundo e aceita o seu destino, se jogando no mar.

Hans Christian não passou nem perto de escrever um romance, mas sim retratar uma jovem que desejava tanto uma vida e um futuro diferentes que sacrificou tudo para conseguir o que queria, ignorando os riscos e os conselhos daqueles que a amavam. O que a levou a desejar ser humana não foi seu amor pelo príncipe encantado, mas sim o seu desejo de ser imortal, assim como os humanos seriam com as suas almas.

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