Review – Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge acerta em cheio com porradaria desafiadora e muito satisfatória

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Review – Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge acerta em cheio com porradaria desafiadora e muito satisfatória

Por Arthur Eloi

As Tartarugas Ninja foram uma das maiores forças da cultura pop nos anos 90, com excelentes desenhos, HQs igualmente descoladas e violentas, e também jogos de videogame incrivelmente difíceis.

O pessoal da Tribute Games Inc., como sugere o nome do estúdio, presta tributo à esse legado nos games com o excelente Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge, um beat-em-up de peso para os nostálgicos e para os entusiastas de uma boa porradaria.

Caos em Nova York

Game recria a pegada do desenho clássico das Tartarugas Ninja, com o Destruidor ameaçando Nova York

Emulando um episódio clássico de desenho, o game é feito sob medida para evocar a nostalgia, seja pela sua apresentação descolada e noventista, ou então pelos seus crocantes gráficos pixelados. Para quem cresceu assistindo as animações das tartarugas, é um prato cheio de referências como a música-tema e aparições especiais. Mas Shredder’s Revenge vai muito além do saudosismo, e funciona até para quem não é tão chegado nos personagens por um simples motivo: como jogo, é excelente em tudo que se propõe.

Ao melhor estilo Final Fight e Streets of Rage, o game de briga de rua te desafia a concluir fases laterais repletas de inimigos, e sempre com um chefão no final. No meio do caminho, cabe a você saber como economizar suas vidas, e também como se movimentar rapidamente para manter um combo alto para lucrar na pontuação de cada level.

É um jogo bastante simples em conceito, mas que sempre se mantém divertido pelo suas ótimas mecânicas, que são fáceis o bastante para qualquer um aproveitar, mas com combinações, ataques especiais e esquivas que pedem um pouco mais de prática para serem dominadas.

Seja contra inimigos comuns ou chefões, o combate é sempre satisfatório

Com um combate tão satisfatório, as curtas horas de sua campanha passam voando de tão bem aproveitadas. Seja soltando um ataque especial quando se está cercado de inimigos, ou se esquivando para controlar ofensivas de todos os lados, ou então ver seu combo atingindo números cada vez maiores, é facilmente um dos games com mecânicas mais fluidas e polidas do gênero.

A movimentação é dinâmica, e as combinações são simples de executar, dependendo unicamente do jogador identificar em quais situações deve rolar para longe do perigo, ou então aplicar uma bela voadora de antiaéreo em ninjas que caem dos céus. O único momento em que as coisas ficam meio confusas é ao jogar com outra pessoa.

O game pode ser curtido local ou online, com até seis jogadores (sim), o que se torna um problema pelo simples fato de que as tartarugas são basicamente iguais. Claro, há outros personagens, mas ao ter dois dos protagonistas em tela já é o suficiente para se perder em meio ao caos frenético – ainda que isso seja mais uma inconveniência do que um problema em si.

No meio da porradaria pode ser um pouco confuso encontrar qual é a sua tartaruga

O elenco, que conta com sete personagens jogáveis, traz pequenas modificações à jogabilidade. Tanto entre as quatro tartarugas quanto com os três aliados – o Mestre Splinter, a jornalista April O’Neill e o vigilante Casey Jones, desbloqueável após zerar a campanha -, há variações na velocidade, força e alcance de seus golpes.

Na prática, não é nada tão drástico, ainda que seja possível sentir algumas diferenças, como o fato de que Donatello se move com mais lentidão pelas telas. De qualquer forma, seja com quem for, Shredder’s Revenge é sempre uma delícia de jogar, tanto pelas mecânicas quanto pela boa quantidade e variedade de inimigos.

Encontro de gerações

Seja no modo história ou arcade, é bom guardar as vidas para combater os chefões

Na dificuldade padrão, é comum se ver cercado de oponentes que dão dano considerável, mas nunca de forma excessiva ou apelativa. Além disso, há vários tipos de ninjas, mutantes e robôs com tipos de ataques diferentes, que pedem para o jogador conciliar e adaptar suas estratégias a todo momento.

Ainda que os jogos clássicos da franquia sejam conhecidos por sua dificuldade, aqui há um desafio mais honesto – ou pelo menos mais opções para jogar. O modo história salva progresso de fase em fase, e permite evoluir cada personagem para liberar suas habilidades e vidas gradualmente. Mas quem busca uma experiência ainda mais nostálgica vai se sentir em casa no modo arcade, em que é preciso fechar o jogo em uma tacada só, equilibrando as vidas para chegar até o final.

A presença de ambos os modos lembra que Shredder’s Revenge não é um jogo feito apenas para o saudosista dos anos 90, mas sim um resgate dos beat-em-up para os dias de hoje. Portanto, é uma excelente pedida, seja você um veterano do gênero ou então alguém querendo conhecê-lo pela primeira vez.

Além das quatro tartarugas, o game conta ainda com outros três personagens jogáveis

O estilo visual pode acabar passando a mensagem de que se trata unicamente uma obra para nostálgicos, mas isso não faz justiça ao quão impressionante sua estética é. O carinho e personalidade que a Tribute Games coloca em cada animação, cada cenário e cada inimigo é de encher os olhos a todo momento. Inclusive, dá até vontade de rejogar muitas das fases apenas para pegar as várias piadas visuais de cada fase: em um shopping, os ninjas passeiam com sacolas de compras e bandejas de fast food antes de te atacar. No zoológico, animais fofos assistem toda a porradaria de longe.

O maior destaque, porém, fica para a ótima trilha sonora, que sempre entre algum hit de peso para acompanhar as brigas. Tanto em faixas de rap, hip-hop ou até mesmo rock, a música e os cenários ajudam a criar uma experiência vibrante e memorável.

Por si só, o trabalho do compositor português Tee Lopes já é impressionante, e só fica melhor quando conta com participações especiais de artistas renomados como Mike Patton (Faith No More), ou então de Raekwon e Ghostface Killah, dupla do icônico Wu-Tang Clan. Nada te prepara para ouvir os rappers rimando sobre Tartarugas Ninjas e sobre o Destruidor, em canções que são genuinamente boas.

Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge resgata as Tartarugas Ninjas dos anos 90 em um jogo que poderia muito bem ter sido feito no auge da popularidade dos personagens. É uma experiência retrô de peso que é moldada pela nostalgia, mas que não deixa se definir unicamente por isso, conquistando pelo visual impressionante, pela música e, claro, pela jogabilidade fluida e satisfatória. Seja no Mega Drive, no Super Nintendo ou então em um PlayStation 5, o game só deixa algo muito claro: nada supera o caos urbano de um ótimo beat-em-up!

NOTA: 9.5 de 10

Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge lança em 16 de junho para Xbox One, Xbox Series X | S, PlayStation 4, PlayStation 5, PC e Nintendo Switch. A review foi feita com base na versão de PC, em cópia cedida pela Agência Masamune, que cuida da localização e distribuição no Brasil.

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