Review – Star Ocean: The Divine Force é um JRPG simples, mas consegue renovar a franquia

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Review – Star Ocean: The Divine Force é um JRPG simples, mas consegue renovar a franquia

Por Márcio Jangarélli

Amantes de JRPG, as estrelas te chamam novamente para uma grande aventura! Pouco tempo após seu anúncio, Star Ocean: The Divine Force, novo game da clássica franquia da tri-Ace com a Square Enix, já está entre nós.

Graças à Square, a Legião teve a chance de testar a versão de PC de The Divine Force. Agora, já estou pronto para explicar pra vocês como as coisas funcionam na história de Raymond e Princesa Laeticia, pelo planeta Aster IV e além.

FICHA TÉCNICA

Título: Star Ocean: The Divine Force

 

Lançamento: 27 de Outubro de 2022

 

Desenvolvedora: triAce

 

Distribuidora: Square Enix

 

Gêneros: JRPG e RPG de Ação

 

Plataformas: PlayStation, Xbox e PC

 

Tradução PT/BR: Não

REQUISITOS MÍNIMOS:

 

Sistema Operacional: Windows® 10 / Windows® 11 64-bit

 

Processador: Intel® Core™ i7-7700 / AMD Ryzen™ 5 1500X

 

Memória: 16 GB de RAM

 

Placa de vídeo: NVIDIA® GeForce® GTX 1060 6 GB VRAM / AMD Radeon™ RX 580

 

Armazenamento: 70 GB de espaço disponível

Dessa vez, as estrelas se alinharam

Raymond é o protagonista do game — mas pode dividir o papel com a Laeticia, dependendo das suas escolhas (C: Divulgação/Square)

Confesso que, depois da experiência com Valkyrie Elysium, estava bem receoso para testar o novo Star Ocean. Ambos títulos foram anunciados praticamente juntos e fazem parte da mesma proposta de “resgate” da Square, então talvez a qualidade estivesse no mesmo nível. Para minha grata surpresa, The Divine Force não é nada como o novo Valkyrie.

Se você não faz parte do clubinho de JRPG há algum tempo, talvez não conheça Star Ocean. É uma franquia da tri-Ace que já rendeu 5 títulos principais, alguns spin-offs e estava dormente desde o desastroso Star Ocean 5: Integrity and Faithless, de 2016. É uma trama que mistura tecnologia futurista, viagem espacial e magia, explorando diferentes histórias, protagonistas e cenários em cada lançamento.

The Divine Force é o retorno de Star Ocean para série principal e, ainda que não seja triunfal, é impactante o suficiente para talvez causar uma nova ignição da saga no público e mercado. É um game muito divertido, com personagens excelentes em narrativa, dublagem e design, um dos melhores sistemas de batalha da franquia, uma boa história e que deixa um gostinho de quero mais no fim. Seria melhor ainda se os visuais fossem mais… refinados, mas chegaremos lá.

O combate de The Divine Force é um dos melhores, senão o melhor, da franquia

Com certeza, o que mais chama a atenção em The Divine Force é o sistema de combate. Aqui, além de você poder mudar seu controle para qualquer membro de sua equipe principal rapidamente, o game te permite criar “combos” para cada um dos botões de ataque, se utilizando das habilidades desbloqueadas daquele herói. São 3 ataques ou magias para fechar o combo de um botão, além de existir a opção de definir um golpe específico para o caso de você deixar o botão segurado. Legal, né?

Isso torna a batalha de Star Ocean extremamente dinâmica e muito diferente de qualquer outra que você verá por aí. Sem contar que sua robô companheira, D.U.M.A., pode ser usada para investidas e outros tantos auxílios durante o combate, gerando uma experiência MUITO legal e inovadora. Vale testar e aprender jogar com cada personagem, seja o Ray e sua buster sword, o Midas e suas magias ou as espadas duplas da Laeticia – e todos os outros. A jogabilidade entre eles muda muito e te dá vontade de ficar mestre com todos.

Falando na D.U.M.A., ela é um componente essencial para não deixar a exploração do mundo algo maçante. Veja bem, enquanto o novo Star Ocean traz cenários enormes e te encoraja a explorá-los, este é um mapa que parece ser grande apenas pelo efeito. Não há nada para achar em boa parte do espaço disponível e isso é frustrante, visto o potencial que o game demonstra. Mas é aí que sua robô entra.

A D.U.M.A. não te auxilia apenas em batalha, mas te faz “voar” pelo mapa. Bom, mais te propele pelo ar do que voar, na verdade. Assim, o jogo recebe uma verticalidade muito bem-vinda, com tesouros, missões, atalhos e tudo mais escondidos em lugares altos. Não tenho vergonha de admitir que usei parte do meu tempo em Star Ocean me jogando de um lado pro outro.

Flutuar por aí com a D.U.M.A. é um ótimo passatempo

Além disso, o coração de The Divine Force são seus personagens. Eles são carismáticos o bastante para te fazer se interessar pelo game acima de qualquer problema. Seja a dinâmica meio “Tidus e Yuna” do Ray com a Laeticia, as peculiaridades do Albaird ou do Midas, ou o charme robótico da Elena, cada um deles te conquista de uma maneira ou de outra, possuem jogabilidade distinta e entregam interações sensacionais. E isso que estou citando alguns apenas, para não dar muitos spoilers, afinal, são 10 heróis jogáveis.

A trama do game também é intrigante e traz momentos ótimos de choque cultural. Em um resumo breve, Ray, um comerciante espacial, tem sua nave atacada e cai em um planeta pouco desenvolvido, quase medieval, que prospera apenas pelo uso de magia. Acompanhar os limites do que é magia e o que é tecnologia, como essas visões de mundo colidem, mas acabam se misturando, é a melhor parte da aventura. Considerando o histórico de Star Ocean, definitivamente não decepciona. The Divine Force pode até se tornar o favorito de muito gente.

Além de não ter os cenários mais bonitos, em The Divine Force eles são vazios demais para gerar algum interesse

Porém, nem todas as estrelas brilham para o jogo. No lado negativo, o que chama mais atenção de primeira são os visuais de The Divine Force. Os gráficos não evocam nova geração e nem mesmo a mais atual; não é algo terrível, mas é bem frustrante e com certeza deve causar estranhamento pra muita gente, beirando parecer um MMO gratuito.

E isso não tem nada a ver com os designs de mundo e personagem – esses sim são ótimos, ainda que a aplicação 3D não favoreça. É o mundo em si, bem fraco e sem vida, vazio, sem um gancho para prender o interesse. Às vezes você até se perde nesses mapas, mesmo eles sendo bem simples e abertos, por não encontrar um ponto de referência. É realmente triste.

Isso desemboca na minha crítica principal, tendo testado o game no PC: para o que The Divine Force entrega, ainda mais visualmente, o que ele requer da sua máquina é absurdo. Mesmo na definição máxima, ele não deveria ser algo que pede um computador muito poderoso para rodar. É uma falha grave de otimização, que restringe o game para muita, muita gente e o torna engasgado mesmo nos requisitos mínimos.

Um game com o Midas não poderia ser ruim

Assim, não posso recomendar o novo Star Ocean, pelo menos no PC, para todo mundo. Provavelmente as versões de PlayStation e Xbox são menos frustrantes nesse sentido, então, se você gostou do que viu aí em cima e tem a chance de jogar The Divine Force em um console, vá na fé. De verdade.

E, claro, se você tem uma máquina que aguenta o tranco e é fã de JRPG, esse pode não ser o jogo mais “bonito” do mundo, mas com certeza compensa em jogabilidade, aventura e personagens. Além da trilha sonora maravilhosa, do compositor clássico da franquia, Motoi Sakuraba, que transforma The Divine Force nessa ópera-rock espacial épica.

Nota: 7,5/10

Pode ser que a Square não tenha acertado a mão em Valkyrie Elysium, mas Star Ocean: The Divine Force é aquele tipo de retomada que dá gosto de jogar. É uma celebração da franquia e dos fãs, que pode ter uma decoração feia, mas que esta servindo apenas de plano de fundo para uma festa divertidíssima. Funciona para viajantes espaciais de longa data e para quem quer começar explorar as estrelas agora.

 

Assim, para a Legião, a versão de PC de Star Ocean: The Divine Force leva 7,5. Se possível, tentem nos consoles (a nota lá provavelmente seria maior).

E você, já conhece a saga Star Ocean? Não esqueça de comentar!

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