Review: Obi-Wan Kenobi – Parte V

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Review: Obi-Wan Kenobi – Parte V

Por Jaqueline Sousa

Desde o início de Obi-Wan Kenobi, os fãs de Star Wars estão tendo a oportunidade de conhecer uma nova faceta do tão amado Mestre Jedi. Por mais que esse lado tenha se mostrado mais frágil e desesperançoso, tem sido interessante acompanhar o desenvolvimento gradativo de Ben ao longo dos episódios, um crescimento que tomou uma forma mais familiar na Parte V, que chegou ao Disney+ nesta quarta-feira (15).

Aproximando-se de sua conclusão, o penúltimo episódio da série brincou mais uma vez com paralelos entre o passado (temática bastante presente na narrativa) e o presente. Só que, desta vez, a emoção falou ainda mais alto: nos primeiros instantes do novo capítulo, somos levados para um flashback (finalmente!) que mostra Anakin Skywalker esperando por ninguém mais, ninguém menos que seu antigo Mestre, Obi-Wan Kenobi, no Templo Jedi.

É diante desse tom de nostalgia que o enredo da Parte V vai se desenrolando. O flashback, onde finalmente podemos ver Hayden Christensen sem seu infame capacete preto, nada mais é do que uma forma de jogar na nossa cara que, não importa quanto tempo já tenha se passado entre o trágico duelo de Mustafar e o momento atual na série, Kenobi ainda conhece cada detalhe da personalidade de seu Padawan.

Obi-Wan Kenobi olhando para uma vestimenta Jedi.

Kenobi usa seus próprios conhecimentos sobre o antigo Padawan para tentar vencê-lo.

Ben não só conhece, como também está empenhado em usar tais aspectos contra Darth Vader que, no ápice de sua arrogância e vaidade, não consegue enxergar as entrelinhas de sua obsessão pela captura de Kenobi. Insistência que o leva a reunir sua tropa e partir em direção a Jabiim, local onde Obi-Wan e Leia, assim como os demais rebeldes, estão escondidos. 

É difícil falar sobre esse episódio sem querer destrinchar todas as nuances entre as cenas do flashback e a forma como Vader quer vencer seu Mestre a todo custo mesmo 10 anos depois de sucumbir ao lado sombrio da Força. Para resumir, basta dizer que a necessidade de vitória de Anakin sempre o cega, seja numa simples luta em seu treinamento Jedi ou na maneira como ele age diante da fuga de Ben.

Outro ponto importante neste quinto episódio diz respeito ao arco de Reva, a Terceira Irmã. Finalmente, temos algumas respostas sobre seu passado e revelações que a tornam uma personagem ainda mais interessante para a trama. 

Darth Vader ouvindo Reva.

Neste episódio, Reva finalmente conquista a almejada posição como Grande Inquisidora.

Reva começa a Parte V conquistando aquilo que tanto queria: ser a Grande Inquisidora. O reconhecimento de Vader parece valer toda a sua impulsividade e ousadia, mas a sua verdadeira motivação ainda estava escondida por trás dessa “fachada”.

É também através do artifício do flashback que conhecemos um pouco mais dos terríveis acontecimentos da infância de Reva, enquanto ela conversa com Obi-Wan Kenobi durante o ataque ao abrigo de Jabiim, numa tentativa de negociação.

Embora a revelação não seja tão surpreendente, é assim que entendemos o porquê que a Inquisidora sabia que Anakin e Vader eram a mesma pessoa, já que foi Skywalker quem dizimou cruelmente a única família que ela tinha nos terríveis eventos da Ordem 66. A partir disso, sua vida foi motivada por simples e pura vingança contra aquele que lhe causou esse trauma, nada mais do que isso.

Roken, Obi-Wan Kenobi e Tala juntos.

Os rebeldes se preparam para tentar vencer, mais uma vez, os ataques do Império.

Saindo um pouco do âmbito dos flashbacks e das revelações, a Parte V também trouxe momentos de tensão um tanto quanto amedrontadores. As sequências de ação, ainda que um pouco desconexas e não muito bem trabalhadas, conseguem proporcionar bastante adrenalina, especialmente quando notamos que, por baixo de toda a sua vulnerabilidade, Obi-Wan Kenobi ainda é aquele sagaz estrategista de sempre. Foi ótimo ver um pedacinho daquele Obi-Wan destemido e que não mede esforços para proteger aqueles que ama.

Aqui vale também uma menção honrosa para Tala. Apesar do curto espaço para apresentar um maior desenvolvimento da personagem na série, ainda assim ela é uma das figuras mais interessantes da produção, arrancando de nós uma forte emoção com toda a sua trajetória ao longo dos episódios.

Já do lado sombrio da Força, Vader realmente se mostra cada vez mais poderoso. Suas habilidades seguem afiadas e impressionantes, demonstrando que sua vilania desconhece a palavra limites. O embate final contra Reva, por exemplo, apenas dá mais um gostinho de como ele sente a necessidade de estar sempre um passo à frente de qualquer pessoa que entre em seu caminho.

Reva se aproximando de Darth Vader pelas costas.

A necessidade de vitória de Darth Vader o deixa cego por sua arrogância.

Assim, a estrutura narrativa da Parte V pode servir como um grande paralelo para a própria jornada de Darth Vader em Star Wars. Por mais que sua arrogância o leve longe e, em breves momentos, ele acredite que possa vencer suas batalhas, o lado sombrio da Força nunca será o lado mais forte. Afinal, nas palavras de Obi-Wan, “a luz até pode estar mais fraca, mas ela nunca será esquecida“. 

E essa luz pode demorar um pouco mais para estar completamente acesa. No final da Parte V, Kenobi e os rebeldes conseguem se livrar das garras do Império mais uma vez, mas não sem um pressentimento ruim (só faltou Obi-Wan soltar a clássica “eu tenho um mau pressentimento sobre isso”). 

Em vista disso, a péssima sensação abre espaço para esperarmos mais alguns problemas na vida do Jedi no último episódio da série. E mais: desta vez, tudo indica que os derradeiros desafios podem incluir até mesmo o pequeno Luke Skywalker, já que a mensagem de Bail Organa (e a descoberta de Reva no final) aponta para esse caminho. Será que veremos Kenobi em Tatooine novamente? Independente da resposta, a expectativa é que a conclusão da produção também seja um acerto, assim como já vem acertando nas últimas semanas.

O quinto episódio de Obi-Wan Kenobi já está disponível no Disney+.

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