Review: DLC de Resident Evil Village é um ótimo epílogo para o capítulo gótico da franquia

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Review: DLC de Resident Evil Village é um ótimo epílogo para o capítulo gótico da franquia

Por Márcio Jangarélli

Preparado para voltar aos arredores do castelo Dimitrescu? A aguardada DLC de Resident Evil Village já está entre nós! A expansão traz o capítulo final da jornada dos Winters, colocando Rose como protagonista, além de introduzir um gameplay em terceira pessoa para o jogo completo.

Recebemos uma cópia da DLC, graças à Capcom, para testar e contar para vocês todas as novidades do epílogo da história do Ethan. Village foi o jogo do ano no LHAMA 2021, então nossas expectativas estavam altas e, felizmente, fomos surpreendidos.

Vamos lá?

Ficha Técnica

Título: Resident Evil Village – Shadows of Rose

 

Desenvolvedora: Capcom

 

Lançamento: 28 de Outubro de 2022

 

Plataformas: PlayStation, Xbox, Switch e PC

 

Gênero: Survival Horror, Ação, DLC

 

Tradução para PT-BR: Legenda e Dublagem

Modo Terceira Pessoa

A nova câmera te permite apreciar melhor os cenários grandiosos do game

A primeira coisa que testei da expansão não foi a história da Rose, mas a versão em terceira pessoa do game. Afinal, criar essa opção de gameplay é um desafio para a produção, visto que os últimos jogos de Resident Evil se valem muito da imersão do jogador para ditar o tom macabro da obra.

Felizmente, o modo terceira pessoa funciona muito bem em Village. Na verdade, até eleva alguns aspectos do game – o que é uma surpresa. Com a câmera no ombro do Ethan, a nova perspectiva visual te permite apreciar melhor os cenários belíssimos e grotescos do jogo e transforma o sentimento da aventura. No lugar do ar claustrofóbico e paranóico, seu gameplay se torna mais solitário, contemplativo e arrepiante.

Não é um modo que vem para substituir o anterior ou consertar algo, mas para adicionar uma nova experiência ao que já era excelente. E, claro, permitir acesso ao game para aqueles que não gostam ou não conseguem jogar em primeira pessoa.

Câmera por trás e sobre o ombro, mas nunca encarando o Ethan

Porém, mesmo que o trabalho tenha sido bem feito, Village ainda é um game projetado para a câmera interna do protagonista. Assim, golpes e interações são voltados para o que é visível dele no original: mãos e braços. Isso não mudou na transposição para o novo gameplay, então é bem engraçado assistir monstros sanguinários tentando te atacar nos membros e nada mais.

Além disso, as cutscenes continuam em primeira pessoa; quando alguma cena vai começar, a câmera dá um zoom lento, até enquadrar na visão do Ethan, e depois volta. Estranhamente, isso não incomoda e gera uma dinâmica de imersão temporária para o jogador, vivenciando momentos importantes como protagonista, enquanto explora o mundo como espectador.

Por fim, é preciso deixar registrado o quanto eu ri com as tentativas absurdas de Village de tentar manter o rosto do Ethan oculto, mesmo com o novo enquadramento mostrando o personagem todo. Você não consegue girar a câmera para encarar o protagonista e qualquer oportunidade que surja de vê-lo, o game tenta driblar. 

O máximo que você verá é o Ethan de perfil, rapidamente, e isso fica ainda mais engraçado na DLC da Rose.

Shadows of Rose

Cuidado com o manequim no corredor, Rose

Além do novo modo de jogo, a DLC também inclui o epílogo da história dos Winters: Shadows of Rose. Com cerca de 4 horas de duração, a expansão se passa logo após o fim do game, 16 anos depois do incidente na vila, com a Rose, agora adolescente, tentando se livrar do “mofo” em seu organismo.

É uma DLC que provavelmente te deixará com um sentimento agridoce na boca; ela não te leva pelos caminhos que você gostaria (e que muitos fãs clamavam), mas entrega um final consistente, interessante e que dá uma nova roupagem para as melhores partes de Resident Evil Village.

Para se livrar do metamiceto, Rose entra na rede de memórias coletivas do mofo para encontrar um tipo de “reagente” ao organismo. Dessa forma, ela visita cenários icônicos de Village, como o castelo Dimitrescu e a casa Beneviento. O legal é que a aventura nesses lugares é similar ao que você desvenda no game original, mas em uma nova abordagem, que se molda melhor à moça.

A casa Beneviento 2.0 te espera

A melhor parte da DLC com certeza é a casa Beneviento. Não, você não encontra Donna e o bebê monstro lá, mas uma nova experiência genuinamente apavorante, com inspirações em Chucky e Doctor Who. A segunda visita ao lugar é tão boa quanto a inicial.

Claro, algumas falas e ações são um tanto forçadas, a Rose não é lá a melhor das protagonistas e é uma história previsível. Porém, a nova abordagem para esses cenários icônicos e a expansão desse lore do “futuro” de Resident Evil mais do que compensam os pontos medianos ou baixos.

E, como eu citei mais cedo, mesmo na DLC o game tenta esconder o rosto do Ethan ao máximo. Não é um erro ou um esforço sério, mas sim uma piada proposital e que funciona muito bem. Obviamente o pai da Rose faz uma pontinha na expansão e, quando aparece, o jogo encontra as soluções mais bizarras para manter seu rosto anônimo. Sério, me tirou boas risadas.

Em resumo

Uma pequena demonstração da diferença de tamanho, apenas com o manequim

A “Expansão Winters“, com Shadows of Rose, vale a pena para qualquer um que se interesse por Resident Evil Village. Seja pela nova história ou pelo novo modo de gameplay, a DLC te oferece literalmente uma perspectiva diferente e interessante sobre a jornada dos Winters e fecha de forma satisfatória esse arco da franquia RE.

 

Sem contar que o game adiciona também novidades para o modo Mercenários, incluindo Lady Dimitrescu como personagem jogável! E se sua versão for a Gold Edition, você também recebe acesso para o Re:Verse, novo multiplayer online da franquia.

 

Definitivamente, é uma DLC com conteúdo para todo tipo de jogador de Resident Evil.

E aí, já jogou a DLC de Village? Não esqueça de comentar!

Veja agora nossa lista: