Review: Bayonetta 3 superara seus pontos fracos com muita personalidade e estilo

Review: Bayonetta 3 superara seus pontos fracos com muita personalidade e estilo

Sexy e instigante, jogo consegue entregar horas de entretenimento apesar dos seus pontos fracos.

A espera foi longa, mas o terceiro jogo da adorada franquia Bayonetta finalmente foi lançado. Trazendo muitas inovações para a série e o mesmo humor ácido e sexy dos games, Bayonetta 3 deixa a desejar em alguns pontos específicos mas, apesar disso, consegue ser uma aventura incrívelmente divertida. 

O exclusivo da Platinum Games para o Nintendo Switch apresenta uma história grandiosa com o retorno de figuras queridas da franquia enquanto renova o arsenal de demônios e armas para a nossa carismática protagonista. Venha ver o que achamos do game! 

Ficha técnica: 

https://www.youtube.com/watch?v=bUAtX8Ox7eI

Título: Bayonetta 3

 

Lançamento: 28 de outubro de 2022

 

Desenvolvedora: Platinum Games

 

Distribuidora: Platinum Games

 

Gêneros: Ação

 

Plataformas: Nintendo Switch 

 

Tradução PT-BR: Não

 

Voltando em grande estilo

Desde que foi lançada em 2009, a franquia Bayonetta tem encantado os fãs ao redor do mundo por misturar ação, violência e magia com uma protagonista extremamente sensual e debochada. Trazendo anjos, demônios, armas extravagantes e cenas mais adultas do que encontrávamos em outros jogos populares, a heroína rapidamente se tornou um dos ícones mais reconhecidos do meio gamer. 

Agora, oito anos desde o lançamento do último jogo, Bayonetta 3 retorna como uma adição ambiciosa para a franquia, ainda que falhe em alguns aspectos importantes. Mesmo com seus problemas, porém, o jogo continua sendo incrivelmente divertido e impossível de ser deixado de lado. 

Logo em seu prólogo, Bayonetta 3 mostra que não será como os jogos anteriores, apresentando nossa heroína em apuros ao enfrentar uma ameaça misteriosa e poderosa. Contudo, apesar do seu início instigante e da proposta bastante atual na cultura pop — explorar o multiverso e versões da protagonista em realidades alternativas –, o jogo acaba se perdendo em sua própria ambição. 

No fim, o que temos é uma narrativa que, conforme a trama avança, se torna uma história repetitiva e pouco impactante, mesmo quando toma decisões ousadas para tentar chocar o jogador. Sim, é muito interessante conhecer novos demônios e versões incríveis da Bayonetta, mas a ameaça pouco aprofundada e genérica pesa contra isso, fazendo com que a lore dos outros jogos da franquia sejam mais interessantes que a do terceiro game. 

Isso, porém, não significa que Bayonetta 3 não consiga entreter com o que está contando. Com o seu senso de humor peculiar e seu apreço para com o exagero e o camp delicioso, mesmo ficando aquém do desejado, a história continua boa e, com isso, fazendo com que você não queira pular as cutscenes e os diálogos. 

É em sua gameplay que Bayonetta 3 encontra seu grande mérito. Entregando doses cavalares de ação, as batalhas da heroína contra seus inimigos são um espetáculo único. Com um vasto arsenal de armas e diversos demônios para controlar, é possível decidir o que mais combina com seu estilo e explorar ao máximo a árvore de talentos de cada entidade infernal ou arma insana que acaba em posse da protagonista. Ainda que em partes específicas seja necessário usar o demônio ou a forma pré-definida pelo jogo, na maior parte do tempo é você o responsável por escolher aquilo que mais lhe agrada, o que deixa sua jornada ainda mais única e compatível com seu estilo de jogo. 

Falando sobre as invocações de demônios, diferente dos outros jogos da franquia, em Bayonetta 3 eles são um elemento grandioso dos combates e podem ser utilizados sempre que você tiver magia disponível ou tempo para executar a dancinha sem ser atacado por um inimigo. Ainda que sejam bem poderosos, cada um com sua própria especialidade, eles não deixam o jogo “fácil demais”, uma vez que demandam estratégia e uma grande exposição da protagonista, o que equilibra bastante a mecânica do jogo e reforça o senso de desafio dos combates.

Não só de combate vive Bayonetta 3, existem diversas áreas dedicadas para exploração ou puzzles criados para que o jogador tenha que pensar para conquistar as recompensas que almeja. Além de enriquecer o jogo, isso resulta em um respiro muito bem-vindo entre as sequências grandiosas ou sufocantes de combate. 

Outro ponto que quebra a dinâmica repetitiva — por mais que divertida — do combate direto contra as hordas de inimigos, são as batalhas de kaijus e as fases de espionagem da Jeanne. No primeiro, é bastante peculiar ter que comandar um colosso, com toda sua lentidão e poder, para derrotar seu inimigo em uma luta que exige estratégia e paciência. Já o segundo é um momento bastante engraçado que faz homenagem e satiriza os absurdos dos jogos que demandam stealth para superar os obstáculos. Ambos os casos trazem uma dinâmica interessante e muito interessante que enriquece Bayonetta 3. 

É preciso reconhecer, porém, que nem tudo funciona tão bem no jogo. Nas questões gráficas, o desempenho deixa a desejar em diversos momentos — especialmente quando existem muitos elementos aparecendo na tela ao mesmo tempo, mas também acontecendo em cutscenes no visual das roupas e penteados dos personagens. Com gráficos serrilhados ou texturas que parecem incompatíveis com o que já vimos o Switch entregar, estes momentos desapontam e tiram a imersão do jogador do que é, de muitas formas, um jogo maravilhoso.

Apesar de ter uma história que se perde em sua ambição e, em alguns momentos, contar com gráficos ultrapassados, Bayonetta 3 continua sendo um dos jogos mais bacanas de 2022. Carregado de personalidade e com uma gameplay excelente, ao explorar de forma exemplar seus pontos fortes, o game consegue te fazer esquecer daquilo que ficou aquém do desejado e entregar horas de entretenimento. 

Levando tudo isso em consideração, mas reconhecendo que este é um jogo extremamente divertido e interessante de ser jogado, Bayonetta 3 leva 8,5 da Legião dos Heróis. 

Bayonetta 3 já está disponível no Nintendo Switch.

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