[Review] Persona 5 Strikers: Ação, energia e maturidade na história dos Phantom Thieves

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[Review] Persona 5 Strikers: Ação, energia e maturidade na história dos Phantom Thieves

Por Márcio Jangarélli

Sequências na cultura pop são sempre arriscadas, ainda mais quando o produto original fez um sucesso estrondoso com uma história fechada. E ainda que a série Persona não seja estranha a spin-offs dos seus games, ainda dá para ficar com um pé atrás quando você ouve que Persona 5 ganhou uma continuação que muda vários aspectos chave do primeiro jogo.

Mas calma lá: a nova aventura dos Phantom Thieves acertou em cheio com um game sensacional para os fãs do original e para quem está conhecendo esse universo só agora.

Jogamos Persona 5 Strikers e, depois de muitas horas de gameplay e de viagens pelo Japão, aqui está nossa análise completa do game – sem spoilers da história.

Também fizemos uma live especial de Persona 5 Strikers no canal da Twitch da Legião! Se estiver curioso sobre o game, é só clicar aqui para conferir. Não se esqueça de se inscrever por lá para mais streams e novidades.

O que é Persona 5 Strikers?

Capa incrível de Persona 5 Strikers no ocidente.

Persona 5 Strikers é o mais novo game do P-Studio, agora em parceria com o estúdio Omega Force – responsável pela franquia Dynasty Warriors – que dá sequência à história do Persona 5 original, de 2016. Distribuído pela Atlus, Strikers foi lançado em Fevereiro de 2020 no Japão e só um ano depois, em 23 de Fevereiro de 2021, no ocidente, disponível para PlayStation 4, Nintendo Switch, PC e portabilidade para PlayStation 5.

Em Strikers, os Phantom Thieves se reencontram 6 meses depois dos eventos de Persona 5, durante as férias de verão, e planejam uma viagem pelo Japão. No entanto, uma epidemia de corações transformados pega a equipe de surpresa e, com a ajuda do oficial Zenkichi e de uma nova integrante peculiar, eles precisam enfrentar essa nova ameaça que agora assombra todo o país.

Seguindo por um caminho diferente de Persona 5, Strikers aposta mais em uma narrativa mais dinâmica, troca o sistema de combate em turnos por ação em tempo real inspirada nos estilos musou – especialidade do estúdio Omega Force – e hack n’ slash e apresenta novos elementos na relação do grupo com o metaverso.

O que a Legião achou de Persona 5 Strikers?

Pronto para ter seu coração roubado?

No ano passado, Persona 5 me pegou desprevenido. Sempre ouvi falar do game, mas como é um daqueles com mais de 100 horas de jogo para finalizar – sem muita exploração – nem mesmo o meu amor por JRPG conseguiu arranjar tempo para o título. Mas, quando finalmente consegui dar uma chance para os Phantom Thieves, foi amor a primeira jogada. Por conta dessa paixão, estava um pouco receoso com Persona 5 Strikers.

Strikers se propõe a continuar uma história fechada, modificando elementos centrais de Persona 5, adicionando novos personagens, inimigos, mexendo na dinâmica do metaverso… Se você é fã do original, é difícil não ficar com um pouco de medo, né? Porém, felizmente o game me provou, logo de cara que eu não precisava ter esquentado a cabeça com isso.

Muita gente estava preocupada com os elementos de musou – aqueles games de pura porradaria, tipo Dynasty Warriors, em que seu personagem luta contra verdadeiras hordas de inimigos – mas o novo sistema de combate em Strikers é realmente incrível e casa perfeitamente com a ação dos Phantom Thieves. 

Não chega a ser um musou propriamente dito ou um hack n’ slash; é sim uma enxurrada de inimigos, mas a interação entre sua equipe, dos seus personagens com as Personas, as pausas para as armas de fogo e tudo mais dão um gosto diferente. É uma batalha dinâmica, alucinante, absurdamente divertida e uma adição incrível ao game.

Esse espírito mais energético foi aplicado em toda a extensão do game; a narrativa flui mais rápido que em Persona 5, os “capítulos” da história são mais concisos e até as Prisões – a versão dos Palácios aqui – parecem mais vivas, mesmo que também pareçam ser mais extensas que as dungeons do original. Isso não torna Strikers melhor ou pior que seu antecessor, mas diferente, talvez mais acessível para o público ocidental que não é lá tão fã de batalha por turnos.

Todo esse dinamismo também acontece porque você conta com sua equipe completa desde o início – diferente de P5, onde seus colegas Phantom Thieves vão integrando o grupo ao longo da trama. E isso é ótimo, é quase como se Persona 5 fosse um filme de origem de uma super-equipe e agora eles são heróis profissionais. Nossos heróis continuam tão carismáticos quanto antes, ganham novas camadas, novos dramas, e nunca perdem aquele encanto de quando os conhecemos.

Phantom Thieves reunidos desde o início!

Não são apenas rostos conhecidos, no entanto. Na verdade, uma das melhores adições de Strikers são os novos parceiros dos Phantom Thieves: Sophia e Zenkichi, que são os motores da história e funcionam perfeitamente em sua relação com a equipe. Inclusive, Zenkichi vai mais além e mostra que a história de Persona 5 está tentando amadurecer.

Isso porque ele é o primeiro adulto “decente” de Persona 5, que não precisa ser convencido ou transformado para ser um cara legal. Em certos momentos, P5 soa um pouco infantil demais na relação dos Phantom Thieves com o mundo adulto, mas Strikers começa mudando isso com o Zenkichi e adiciona elementos na trama que mostram uma evolução nessa visão de mundo – até porque, Makoto, Haru e Yusuke já estão entrando na vida adulta e os outros também estão próximos.

Vale dizer que Strikers mantém aspectos de P5, mas adaptados para a energia do novo game. Você ainda ganha pontos por cultivar o relacionamento com seus amigos, mas é algo mais rápido e que te rende habilidades para a equipe e de exploração. O sistema de pedidos – para sidequests – também retorna, mas vindo direto da Sophia, que também controla a maioria das vendas de itens e armas do jogo. Ainda, o formato das Prisões é quase uma mistura dos Palácios e dos Mementos de Persona 5.

A história ser contada através da viagem dos Phantom Thieves pelo Japão é uma sacada boa demais. Dá um clima de filme road trip divertido e leve para o game e serve para apresentar pontos turísticos japoneses para o ocidente de uma maneira bem única. Você fica ansioso para saber qual é a próxima parada e o que a nova cidade tem para oferecer. Em épocas de isolamento social, é uma maneira segura de conhecer um pouquinho do mundo exterior né?

Sem contar que Strikers aprimora os melhores ingredientes de P5, sem perder a essência do original. Os visuais seguem a mesma estética de Persona 5, mas melhorados pelo avanço na potência dos consoles; as cenas animadas estão tão épicas quanto antes e é um prazer cada vez que elas surgem; e a trilha sonora absoluta de P5 ganhou novas músicas e versões alternativas, mais energéticas, para combinar com o clima do game.

Qual a nota de Persona 5 Strikers?

Nossa, mas sem defeitos? Todo game tem seus bugs e glitches – ainda que eu tenha visto um mínimo disso por aqui – mas Persona 5 Strikers não possui nada que afete sua jogabilidade ou que comprometa o legado de P5. Talvez as batalhas em tempo real não sejam seu estilo ou te deixem um pouquinho confuso de primeira, mas nada que seja um problema de verdade.

Para ser sincero, o único defeito de P5S foi ter demorado tanto tempo para chegar no ocidente.

Assim, Persona 5 Strikers leva nota máxima da Legião. 5 estrelas para os Phantom Thieves! É um game incrível, divertido, viciante e até mais bem dosado que o original. Os novos personagens são sensacionais, o sistema de batalha é um absurdo de legal e essa é uma daquelas sequências dignas de verdade de um grande marco na cultura pop.

E aí, já teve a chance de jogar Persona 5 Strikers? O que você acha da série Persona? Não esqueça de comentar!

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