Review: Hood Outlaws & Legends é divertidamente caótico

Capa da Publicação

Review: Hood Outlaws & Legends é divertidamente caótico

Por Leo Gravena

A premissa de Hood: Outlaws & Legends é bem interessante: um jogo PvPvE com crossplay e que mistura furtividade com estratégia e lutas entre tipos diferentes de personagens. Contudo, mesmo sendo um jogo divertido e bastante interessante no começo, ele rapidamente acaba se tornando bastante repetitivo.

Em Hood: Outlaws & Legends uma equipe de quatro aliados luta contra outra equipe de jogadores reais para roubar um baú, que está sendo guardado em um local cheio de inimigos vigilantes e prontos para lutar. Para vencer, é necessário roubar a chave de um inimigo poderoso, destrancar o local indicado, levar o baú para o local da extração e então tirá-lo dali. Tudo isso enquanto luta contra uma equipe inimiga que está tentando fazer o mesmo.

Ficha Técnica:

Desenvolvedora: Sumo Newcastle
Publisher: Focus Home Interactive
Diretor: Andrew Willans
Plataformas: Microsoft Windows, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X/S
Lançamento: 10 de maio de 2021

Diversão caótica

Hood: Outlaws & Legends se vende na ideia de que é necessário ter uma equipe completa – cada personagem possui habilidades diferentes e é de uma “classe” clássica de RPGs – com a furtividade tendo um papel importante na jogabilidade. Na prática, contudo, não é isso o que acontece.

Enquanto algumas partidas parecem mais completas, seguindo o modo como o jogo foi “construído” para ser, na maior parte das vezes elas se tornam grandes batalhas sangrentas no meio dos pátios medievais nos quais você deveria estar escondido. Caso um dos jogadores saia do “roteiro”, a matança começa e tudo fica bem mais caótico, sendo quase impossível utilizar os elementos furtivos e fazendo com que a jornada de levar o baú até o ponto de extração seja bastante demorada.

Em cada partida, também, você ganha uma certa quantia de ouro que deve ser dividida com o povo. Quanto mais você doar para as pessoas, novas habilidades e poderes são desbloqueados, porém você também precisa do ouro para evoluir esses poderes e equipamentos.

O problema de Hood é que após algum tempo o jogo se torna bastante repetitivo. Isso porque é fácil perceber as (poucas) estratégias para vencer a partida, seja formando uma equipe completa de Johns (ou metade Johns e metade Robins), ou esperando que toda a equipe inimiga faça o trabalho e chegando no último momento para os eliminar e roubar o baú.

Supostamente, furtividade deveria ter um papel importante no jogo, assim como conseguir passar pelas principais fases, contudo, uma equipe pode simplesmente sair alertando todos os guardas e, no final, matar a equipe que fez todo o trabalho e roubar sua carga. 

Obviamente, esse – roubar o baú de outra equipe logo no final – não é o problema em si, mas sim como nenhuma das outras ações da equipe que roubou a chave, o baú e fez 90% da extração é recompensada quando após fazer tudo isso, a equipe com 4 Johns consegue roubar o baú no último minuto.

Hood: Outlaws & Legends, até o momento, possui quatro personagens jogáveis diferentes: O Atirador (Robin), A Caçadora (Marianne), O Lutador (John) e O Místico (Looke); todos inspirados nas antigas histórias de Robin Hood e sua trupe, cada um com habilidades, poderes e serventias diferentes.

Todos os personagens são bem fáceis de se jogar e não é complicado compreender os pontos fracos e fortes de cada um deles. Dentre os quatro personagens, Looke é o mais complicado de se jogar, sendo um suporte tanto em termos de cura como de dano. Marianne é uma assassina poderosa e que consegue ficar invisível, porém nas partidas mais caóticas e na parte da extração, acaba não conseguindo atingir seu potencial.

Robin e John já são bem mais versáteis e conseguem facilmente carregar uma equipe. Enquanto o atirador possui habilidades bastante poderosas e ataques de longe que, com uma boa precisão, podem eliminar qualquer um, John é uma opção segura, sendo bastante forte em lutas corpo-a-corpo, carregando o baú e o extraindo mais rápido que seus companheiros. 

Hood também possui um visual bastante bonito, com cinco diferentes mapas que apresentam pequenas mudanças a cada partida, como o baú mudando de local e os guardas mudando suas rotas. Mas isso não consegue segurar o interesse por mais do que apenas algumas jogatinas.

A falta de diferentes modos talvez seja o principal problema. Não existe um modo história, campanha ou qualquer outro modo de jogo diferente do PvPvE e do treinamento (que é o modo normal do jogo, sem uma segunda equipe). Segundo os produtores, durante o primeiro ano do jogo um novo modo e um novo personagem serão introduzidos, porém a menos que seja algo bem diferente do que já visto, a impressão que fica é que o título não tem muita ideia de qual caminho quer seguir.

Além disso, o título possui poucas opções de personalização. Particularmente não gostando nem um pouco do visual de Robin (por que ele tem um pano cobrindo seu rosto quase que inteiramente?), fiquei bem chateado pelo jogo não dar a opção de ter um visual diferente para ele além de “recolors” (mesmas versões, com cores diferentes) com poucas mudanças no geral.

Nota:

Hood: Outlaws & Legends é um jogo que tem muito potencial para ser divertido. A mecânica de PvPvE é muito interessante, porém a falta de modos diferentes e o fato do jogo se tornar bastante repetitivo após pouco tempo jogando faz com que ele possa se juntar aos vários jogos que acabaram caindo no esquecimento dos jogadores.

Nota: 3/5

Para a review foi testada a versão no PlayStation 5 do jogo. 

Aproveite e confira também: