Falcão e o Soldado Invernal 1×05: Verdade

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Falcão e o Soldado Invernal 1×05: Verdade

Por Leo Gravena

Estamos no fim. Com apenas um episódio faltando para que Falcão e o Soldado Invernal seja finalizada, a série começa a amarrar suas pontas enquanto prepara o terreno para um confronto final cheio de emoção e que irá trazer grandes consequências para o Universo Cinematográfico da Marvel.

O episódio começa logo após o final do anterior, com John Walker ainda completamente transtornado após ter matado um dos Apátridas. Sua conversa com Sam Wilson e Bucky Barnes apenas reitera aquilo que está claro desde os primeiros episódios: ele não está nem um pouco apto para carregar o escudo e, assim que Sam pede para que ele o entregue, a briga começa.

Um dos pontos altos da série está sendo as incríveis cenas de ação, e a única luta do episódio, entre o Falcão e o Soldado Invernal contra o Capitão América, é de tirar o fôlego e volta a lembrar bastante as cenas de lutas de Capitão América: O Soldado Invernal.

John Walker (Wyatt Russell) tenta matar o Falcão (Anthony Mackie).

A decadência psicológica de Walker é sentida a todo o momento durante o episódio, mas logo no começo, quando ele quase reutiliza o escudo para matar o Falcão da mesma forma que matou o jovem apátrida anteriormente, certamente vai fazer com que os fãs odeiem ainda mais o personagem.

Toda a construção de Walker é bem interessante. Diferente de Karli, que é uma “antagonista simpática”, Walker é o típico vilão que todo mundo ama odiar, só que diferente de outros tropos envolvendo vilões desse tipo, realmente podemos acompanhar e ver seu declínio na série e, mesmo não torcendo por ele, é possível compreender suas motivações e de onde ele está vindo – e porque ele acredita ter direito ao manto e ao escudo.

Mesmo ele sendo um vilão bastante odiável, isso não significa que ele precisa ser raso como outros vilões sem graça do MCU. E Malcolm Spellman, o showrunner da série, faz um ótimo trabalho em mostrar como o personagem vai decaindo em sua própria sombra a cada episódio. Espero muito que ele não morra no final da série e acabe retornando no futuro do MCU como uma ameaça ainda mais implacável e psicótica; afinal, Wyatt Russell tem uma cara de louco muito grande para não ser aproveitada ao máximo nesse universo.

John Walker e o Soldado Invernal (Sebastian Stan) brigam pelo escudo.

Ainda falando em vilões, Karli teve bem pouco tempo de tela nesse capítulo, mas tudo indica que ela e os Apátridas vão voltar com tudo para a final. A cena de Karli mostra todo o poder que a organização está acumulando com uma cena que, por algum motivo, parece que as pessoas ao redor estão muito mais hipnotizadas ou sob um tipo de controle mental.

A maior surpresa da cena com a jovem ruiva, contudo, é que ela parece trazer uma ligação bem surpreendente e confirmar uma teoria dos fãs. Karli recebe a ajuda do “Mercador do Poder” na forma de Batroc, o Saltador – e até aí tudo bem; porém em uma cena anterior vemos Sharon Carter conversando com alguém e, mesmo que não tenha sido possível identificar a pessoa com quem ela estava conversando, parecia muito um homem falando em francês. Coincidência? Acho que não!

Barão Zemo (Daniel Brühl) é entregue às Dora Milaje.

Logo no início do capítulo também vimos Bucky e o Barão Zemo se “despedindo”, em uma cena que lembra bastante quando o Pantera Negra impede Zemo e o impede de se matar em Guerra Civil, com todas as balas caindo da mão de Bucky. Por fim, o vilão é levado pelas Dora Milaje para A Balsa e, caso os rumores e expectativas dos fãs estejam corretos, vamos esperar para vê-lo em uma possível versão dos Thunderbolts no Universo Cinematográfico da Marvel, quem sabe, liderada pela Contessa Valentina Allegra de la Fontaine?

A participação de Julia Louis-Dreyfus com uma mecha azul e sua introdução no MCU foram um toque especial na história, mas o tom da personagem parecia estar bem deslocado em relação a todo o resto da série. Ainda assim, vamos esperar que ela seja tudo o que a Victoria Hand poderia ter sido, mas não foi devido a sua saída prematura de Agents of S.H.I.E.L.D. – e agora com as séries realmente sendo ligadas aos filmes, certamente ela vai ter um papel bem interessante nessa nova fase que se aproxima.

Sam e Bucky consertam o barco da família Wilson.

O episódio também trouxe um dos melhores momentos para o relacionamento entre Sam e Bucky desde que a série começou, os dois “caras com um amigo em comum” tiveram bastante tempo para conversar e todo o foco em seus momentos foram o ponto alto de “Verdade”.

Faltando apenas um capítulo para o fim da série, tivemos um momento para que Sam e Bucky pudessem sentar e conversar sobre seus problemas, medos e desafios. A conversa de Sam com Isaiah também é bastante sentida e quando o antigo soldado conta sua história é de partir o coração. É compreensível toda a sua dor e ressentimento em relação ao governo americano. Mas Sam não vê o escudo como um símbolo do Governo, para ele o escudo e o manto do Capitão América são muito mais do que isso e ele certamente irá usá-los para impedir que o que ocorreu com Isaiah aconteça com outros.

Sam Wilson conversa com Isaiah Bradley.

O momento em que Bucky pede desculpas para Sam por ele e Steve não terem pensado no que Sam iria passar se tornando o Capitão América como um homem negro também é muito bom e mostra um lado do relacionamento entre os heróis que seria ótimo ver novamente, com conversas profundas e honestas sobre o mundo ao seu redor.

Sam Wilson também volta a ser um dos personagens mais sábios e estáveis emocionalmente deste universo. Todo o momento em que ele explica porque a “jornada de redenção” de Bucky não está funcionando e o que ele deveria fazer é bastante natural e diz muito, novamente, sobre como ele é o tipo de pessoa que sempre acredita no melhor dos outros e está sempre tentando fazer a coisa certa.

Quando o Capitão América dá o escudo para o herói no final de Vingadores: Ultimato, muitas pessoas reclamaram da decisão, algumas pelos motivos ridiculamente óbvios que você esperaria de “certas pessoas”; outros, contudo, trouxeram questionamentos válidos; o principal sendo o fato de que o público não conhecia Sam e não tinha visto o bastante em tela para justificar ele ter sido escolhido para carregar um manto tão grande. Com cinco episódios de Falcão e o Soldado Invernal tendo sido exibidos, uma coisa é certa: Steve não poderia ter escolhido alguém melhor para passar o título.

Apenas “dois caras com um amigo em comum”.

Falcão e o Soldado Invernal vai ao ar todas as sextas no Disney+.

Confira também todos os easter eggs e referências do quinto episódio da série: