Crítica: Beckett entrega suspense ao extremo com atuação assombrosa de John David Washington

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Crítica: Beckett entrega suspense ao extremo com atuação assombrosa de John David Washington

Por Gabriel Mattos

Beckett, o novo filme de suspense da Netflix, é eletrizante do início ao fim. O longa foi inteiramente gravado nas paisagens mais lindas da Grécia e traz John David Washington, de Tenet, no papel titular e Alicia Vikander, de Tomb Raider, como sua esposa. Beckett só vai chegar direto ao catálogo do streaming no dia 13 de agosto, mas a Legião já assistiu ao e filme trazemos para você tudo que achamos desta história de tirar o fôlego.

Ficha técnica

Título: Beckett
Direção: Ferdinando Cito Filomarino
Roteiro: Kevin A. Rice
Ano: 2021
Data de lançamento: 13 de agosto
Duração: 1h 48 min
Sinopse: Um turista americano sem nenhum treinamento militar precisa sobreviver a uma caçada pela Grécia enquanto desvenda uma intrínseca conspiração política.

A trama começa com uma romântica viagem dos sonhos pela Grécia. Mas tudo vira um pesadelo quando Beckett acaba envolvido em uma complicada conspiração política que coloca uma perigosa facção misteriosa na sua cola. O único jeito dele escapar com vida é expor toda a verdade enquanto foge pelas montanhas gregas em uma caçada de tirar o fôlego.

Do início ao fim, o diretor Ferdinando Cito Filomarino consegue manter os níveis de tensão no volume máximo. Beckett não é um típico herói de ação. Na verdade, ele é apenas um cara comum sem habilidades extraordinárias, então sabemos que quando toda a ação explode, tudo que ele consegue fazer é improvisar para sobreviver.

Em boa parte do filme, John David Washington está completamente indefeso e desamparado, fugindo a esmo de pessoas que querem lhe matar sem motivo. E tudo trabalha em conjunto para que o espectador se sinta igualmente sem saída — a atuação transmite o desespero, a trilha sonora contundente mostra a urgência e a direção incorporou enquadramentos que priorizam pontos vulneráveis do ator, para ressaltar esta fragilidade.

Ângulos muito baixos ou muito altos reforçam a fragilidade de Beckett

Inclusive, esta fragilidade nunca é tão evidente quanto nos ataques de pânico que o personagem sofre ao longo do filme. São cenas bem tocantes e que ajudam a vender a humanidade do personagem de maneira convincente. É uma reação compreensível para alguém sem preparo que se vê em uma situação sem saída em lugar nada amigável.

Um velho conhecido das comédias românticas, o belíssimo cenário grego aqui ajuda a compor um ambiente hostil. Obviamente, na Grécia todos falam grego. Logo são poucos os personagens que entendem o protagonista e as chances de encontrar um aliado são cada vez menores. A própria população é mais um elemento para encurralar o nosso herói.

Nem as variadas cenas de viagem, que serviriam de respiro em outros filmes, conseguem fugir do clima de tensão constante. Uma pena, pois esta seria a oportunidade perfeita para desenvolver outros sentimentos. Ao invés disso, a insistência no suspense constante começa a cansar e beira a monotonia.

Tudo está contra John David Washington neste suspense

Mesmo quando o filme cansa, é impossível largar. Beckett traz uma tensão viciante e sempre que o protagonista está perto de ser capturado a empolgação chega a mil. As esparsas cenas de ação que estouram sem muito aviso acabam funcionando como uma gostosa e inesperada válvula de escape. Despreparado, a melhor arma de Beckett é o desespero e suas ações nada calculadas reforçam a ideia de que tudo pode dar errado.

No meio de todo este suspense, acaba faltando espaço para trabalhar melhor o enredo. O mistério é resolvido em doses homeopáticas que acaba perdendo o impacto em prol de manter o clima constante de perseguição. E sempre que aprendemos uma nova informação, é de uma fonte não confiável. Assim, é difícil definir com precisão a solução para o mistério principal do longa.

No fim, Beckett é uma aventura surpreendente que captura com perfeição o desespero de estar perdido em um país desconhecido. John David Washington consegue carregar o suspense do longa com uma atuação excelente que só é valorizada pelo trabalho do diretor Filomarino. O roteiro dá uns tropeços de ritmo, mas nada que estrague a experiência final.

NOTA: 4/5

Beckett estreia no dia 13 de agosto da Netflix.

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