The Boys: O que significa o refrigerante Fresca na segunda temporada da série?

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The Boys: O que significa o refrigerante Fresca na segunda temporada da série?

Por Fernando Maidana

Atenção: Alerta de Spoilers!

Com apenas 3 episódios liberados até o momento, a segunda temporada de The Boys mostra que pretende continuar com o mesmo nível de brutalidade e loucuras que fez com que a série se tornasse um sucesso.

Mas além de cabeças explodindo, novos personagens e baleias assassinadas, a trama da segunda temporada nos apresentou à Igreja do Coletivo, uma espécie de culto – com ares de cientologia – para a qual o Profundo é convidado.

Ainda não tivemos muitas informações sobre o que realmente acontece na Igreja do Coletivo, mas o curioso é que em diversas cenas envolvendo o culto a bebida Fresca aparece em evidência.

Mas o que isso significa?

Fresca é um refrigerante cítrico distribuído pela Coca-Cola em boa parte dos Estados Unidos e em alguns poucos países ao redor do mundo. A marca sofreu uma revitalização em 2018 e a primeira associação óbvia que podemos fazer e que seria uma simples publicidade contratada pela empresa para alavancar a popularidade da bebida.

O que deu muito certo, já que eu mesmo tô curioso pra provar a tal Fresca!

Porém nós sabemos que – apesar de em sua primeira camada parecer apenas uma série maluca sobre heróis deturpados – The Boys é mais inteligente do que isso…

Os fundamentos da Igreja do Coletivo

Talvez a bebida seja utilizada como uma forma dos membros da Igreja do Coletivo se identificarem: oferecer uma Fresca, de determinada maneira, pode fazer com que os seguidores do culto se reconheçam. Quase como um cumprimento maçom.

Mas também devemos nos lembrar que The Boys é uma série que gosta de pôr o dedo na ferida. E aí o refrigerante pode estar relacionado à uma expressão da língua inglesa que você talvez jamais tenha ouvido falar: Drinking the Kool-Aid.

Que coincidentemente, ou não, também está associada a um culto.

Nos Anos 50, o ativista Jim Jones criou o Templo do Povo no estado da Indiana. A comunidade tinha um forte cunho religioso e começou a sofrer perseguições, obrigando o culto a se mover para a Califórnia nos Anos 60, até finalmente a cidade de Jonestown ser fundada na Guiana, nos Anos 70.

Mesmo fora do território americano, o governo continuou investigando as atividades de Jim Jones, até que o líder do culto decidiu organizar um suicídio em massa de seus seguidores, alegando que os inimigos estavam se aproximando e torturariam todos até a morte. Portanto, pôr um fim às suas próprias vidas seria mais digno e indolor.

Assim, mais de 900 pessoas se mataram ao beber uma mistura de Kool-Aid com Cianureto de Potássio.

Daí surgiu a expressão Drinking the Kool-Aid, utilizada quando alguém aceita se submeter a uma ideia idiota ou perigosa por acreditar que a recompensa por fazer aquilo é maior do que simplesmente não fazer nada.

No caso, se unir ao culto seria a ideia idiota que o Profundo teria de aceitar. A recompensa? A possibilidade de retornar para os Sete, já que no momento ele se encontra estagnado.

Não duvido que haja, até mesmo, uma adaptação da expressão para Drinking the Fresca.

Kool-Aid – A versão americana do nosso famoso Ki-Suco

Igreja do Coletivo é ridicularizada pelos outros heróis, como vimos no final do terceiro episódio quando o Profundo se reencontra com Os Sete. Mas, pelo discurso do Arqueiro Águia enquanto tenta trazer o herói para o seu lado, o culto parece estar ganhando força aos poucos.

Mas qual é a verdadeira intenção da Igreja do Coletivo?

Aqui, entramos na zona da especulação. Sempre bebendo (Ha! Entendeu? Bebendo!) da fonte dos quadrinhos.

Adaptando um plot que foi explorado nas HQs, acredito que a Igreja do Coletivo esteja distribuindo Fresca adulterada ao redor do mundo, produzida à partir de uma versão modificada do Composto V.

Os super-seres não sofrem nenhuma consequência com a ingestão da bebida, já que seus organismos estão adaptados à droga.

Já as pessoas comuns simplesmente explodiriam! Assim como aconteceu com a agente do FBI, Susan Rayner, quando os rapazes tentam negociar informações sobre a família do Leitinho em troca da localização de um super-terrorista.

É provável que Rayner tenha sido uma das vítimas da Fresca modificada com Composto V.

Quando o escândalo começar a se espalhar, a adulteração na bebida deve ser atribuída à Vought – indiretamente, os próprios Rapazes acabaram contribuindo com o plano – e, com isso, tanto a empresa quanto Os Sete seriam destruídos.

Vale lembrar que, nos quadrinhos, tanto o Arqueiro Águia quanto o Tempest fizeram parte da Liga da Revanche, um grupo de heróis concorrente dos Sete. Portanto, faz sentido que a Igreja do Coletivo esteja tentando derrubar a Vought – inclusive com a Tempesta infiltrada nos Sete – para substituir o grupo com sua própria equipe.

O que vocês acham?

Confira essa teoria e outras observações que fizemos na análise dos três episódios liberados até o momento da segunda temporada de The Boys!