[Crítica] Animal Crossing: New Horizons é o refúgio mais adorável de um mundo caótico

Capa da Publicação

[Crítica] Animal Crossing: New Horizons é o refúgio mais adorável de um mundo caótico

Por Gabriel Mattos

Todo mundo precisa de um refúgio dos problemas da vida real vez ou outra. Quando o mundo inteiro precisou se isolar, Animal Crossing: New Horizons surgiu como um merecido descanso. Uma verdadeira viagem para uma ilha paradisíaca onde bagres são os maiores dos seus problemas.

Desenvolvedoras: Nintendo

Publisher: Nintendo

Plataformas: Nintendo Switch

Lançamento: 20 de Março

Gênero: Casual, Simulação

Modos: Single player, multiplayer online

Animal Crossing é sobre se mudar para uma nova vizinhança e reconstruir a sua vida nesse mundo virtual. Conseguir dinheiro, fazer amigos… Coisas possivelmente triviais, mas encantadoras quando sair de casa não é mais uma opção.

Eu já havia tentado me aproximar da série antes, mas mesmo gostando de jogos casuais, a falta de propósito acabava me afastando. New Horizons foi me conquistando aos poucos, com objetivos mais claros e um certo cuidado especial que o tornam o ponto de entrada perfeito para novos jogadores.

No início, o mundo é basicamente uma tela esperando a ser preenchida. Tom Nook — um ganancioso guaxinim que os fãs adoram odiar — achou de bom tom habitar uma ilha deserta e me encarregou da tarefa de torná-la um lugar cheio de vida. Parece muita pressão logo de cara, mas o jogo nos ensina a se preocupar com uma coisa de cada vez.

Dessa forma, cada mecânica necessária para transformar a ilha no seu paraíso pessoal é introduzida com parcimônia. O próprio jeito que o tempo funciona é pensado para você desacelerar. Ele acompanha o nosso relógio do mundo real (ou seja, quando for 8 horas da manhã aqui fora, será 8 horas da manhã dentro do jogo) então não adianta correr.

Tudo fica melhor conforme vamos conhecendo os novos visitantes da ilha. De tempos em tempos, um novo animal decide visitar e cada um deles é absurdamente carismático. Há também bichos com diferentes gostos e personalidades. Você passa tanto tempo os conhecendo que é impossível não sentir que se tornaram amigos.

Esse não são os únicos amigos que poderão visitar a sua ilha. O jogo conta com uma opção multiplayer bastante sólida e basicamente todas as atividades podem ser feitas online com até sete amigos. É aí que a experiência se revoluciona em uma atividade verdadeiramente social.

Há muita coisa para descobrir no jogo: diversas espécies de peixes para coletar, fósseis para expor no museu e receitas para construir novos itens. Tudo fica muito mais rápido e divertido trocando experiências. Quando não tinha muita coisa acontecendo em nossas vidas reais, devido à pandemia, visitar a ilha de um amigo para conseguir uma planta rara também se mostrou uma boa desculpa para conversar e manter contato.

New Horizons tem um jeito descompromissado de aproximar as pessoas. Não é preciso se dedicar a aprender um minigame ou competir de qualquer forma. Às vezes só passear por um belo pôr do sol com pessoas que você gosta é a atividade que você precisava para se sentir bem.

Depois de meses, quando o conteúdo novo começou a ficar escasso, decidi me arriscar mais nas opções de customização e um mundo novo se abriu. Praticamente tudo pode ser alterado a seu gosto, desde suas roupas até o próprio formato da ilha. Mesmo que as ferramentas nem sempre sejam práticas, com menus um tanto redundantes, elas são bem intuitivas. Não tive muita dificuldade em recriar uma legítima praia carioca, por exemplo, com direito a mesinha de plástico e tudo.

Essa é a melhor parte de New Horizons — se expressar livremente, sem julgamentos, em um nível que nenhum jogo na franquia havia conseguido. Somos convidados a mostrar nosso mundo ideal e compartilhá-lo com as pessoas que mais gostamos.

Em um momento em que nos vimos tão isolados, esse jogo surgiu para nos ensinar a se conectar de forma genuína. Ele é ao mesmo tempo o herói que a gente merece e também o que a gente precisa. Não teria como dar outra nota senão 5 estrelas.

Animal Crossing: New Horizons não é necessariamente o jogo mais competente nos quesitos técnicos concorrendo ao TGA 2020, mas para esse redator, ele é a melhor definição de Jogo do Ano.

Chegou a jogar New Horizons? Que achou do game? Não deixe de comentar!