[CRÍTICA] It Capítulo 2 – O definitivo conto de horror sobre amizade!

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[CRÍTICA] It Capítulo 2 – O definitivo conto de horror sobre amizade!

Por Evandro Lira

Estreia nesta semana It: Capítulo Dois, continuação do grande sucesso de 2017, It: A Coisa. Baseado na obra-prima de Stephen King, o filme chega com a responsabilidade fazer jus não só ao livro, como também de encerrar a jornada do Clube dos Perdedores e da entidade do mal, Pennywise.

Será que o filme é feliz nisso? Descubra o que achamos rolando para baixo!

Ficha Técnica

Título: It Capítulo 2

Direção: Andy Muschietti

Roteiro: Gary Dauberman

Ano: 2019

Data de lançamento: 05 de setembro (Brasil)

Duração: 2h50m

Sinopse: 27 anos depois dos eventos de “It – Parte 1”, o grupo de adolescentes que fazia parte do “Losers Club” – o clube dos perdedores – realiza uma reunião. No entanto, o que parece ser apenas um reencontro de velhos amigos acaba se tornando em uma verdadeira e sangrenta batalha quando Pennywise (Bill Skarsgard), o palhaço retorna.

It Capítulo 2: O definitivo conto de horror sobre amizade!

 

Ao longo das últimas décadas, os filmes de terror tem passado por uma crise em sua reputação, com boa parte deles não conseguindo se encaixar em acordo comum com crítica e público. Mas em 2017, o mundo se viu de frente ao filme de terror mais bem-sucedido de todos os tempos, It: A Coisa. O longa arrancou elogios da crítica e do público e rendeu uma bilheteria de 700 milhões de dólares, superando com folga qualquer outra obra do gênero.

Baseado em um dos romances mais aclamados do mestre do terror Stephen King, e também um dos seus maiores – o livro tem mais de 1000 páginas -, o filme foi dividido em dois decido a uma sábia decisão de seus produtores, onde o primeiro seria focado nos protagonistas crianças, e o segundo, em suas versões adultas. E apesar desta ter sido uma boa ideia, há sempre aquela parte que sai mais prejudicada. E nesse caso, podemos dizer que foi essa segunda.

Mas calma, há muito o que elogiar em It: Capítulo 2.

A sequência começa com um prólogo ainda mais pesado que o do primeiro filme, que trazia o pequeno George sendo apanhado pela figura assustadora de Pennywise (Bill Skarsgard). Aqui, assistimos um casal gay sendo brutalmente agredido por pessoas intolerantes antes que um deles (vivido pelo cineasta Xavier Dolan) seja destroçado de vez pelo palhaço assassino. Logo, somos levados a rever nossos amigos do Clube dos Perdedores agora adultos, vivendo vidas completamente diferentes. Todos danificados de alguma maneira pelos seus traumas de infância. 

Mike Hanlon (Isaiah Mustafa) é o único que não havia deixado Derry mesmo 27 anos após os eventos que tornaram aquelas pessoas amigos na adolescência. Cabe a ele então entrar em contato com cada um dos Perdedores e relembrar do pacto que eles fizeram no passado. Sendo assim, eles retornam a cidade.

É quando os personagens estão reunidos mais uma vez que o filme tem alguns de seus melhores momentos. O elenco adulto tem a difícil tarefa de assumir os papéis de um brilhante elenco infantil, que além de estarem bem frescos na nossa memória, ainda reaparecem em vários momentos do filme, confirmando nossa impressão de que ali existe um monte de carreira promissora.

A dinâmica e a interação entre o Clube dos Perdedores depois de anos ainda são ótimas a ponto do filme sofrer no momento em que eles precisam se separar para se debruçar individualmente sobre seu passado. Apesar dessa perda, o segundo ato de It: Capítulo Dois, que sofre também por se arrastar mais do que deveria, tem algumas transições bem feitas que mesclam de forma ambiciosa o elenco do passado com o do presente.

Os adultos, cujos nomes mais conhecidos são James McAvoy e Jessica Chastain, apresentam performances fortes e sóbrias durante todo o filme. E mesmo que McAvoy e Chastain sejam A-list, os destaques acabam ficando com Bill Harder e James Ransone, que recriam a química de Richie “Boca-Suja” e Eddie perfeitamente.

O que não dá para negar é que há algumas coisa sobrando em It: Capítulo Dois. E não não se trata do tempo gasto com as versões adolescentes dos personagens, mas sub-plots descartáveis como, por exemplo, a volta do valentão Henry Bowers, nessa nova fase vivido por Teach Grant. No filme, Bowers  acaba escapando e tenta a todo custo matar o Clube dos Perdedores, funcionando como um vilão secundário que só atrasa a história.

No miolo do filme, cada um dos protagonistas são novamente colocados de frente a alguns de seus medos mais profundos, e esta é a oportunidade perfeita para o cineasta Andy Muschietti trazer horríveis monstros em CGI para ação – alguns horríveis pela qualidade do CGI.

Outra falha, desta vez do roteiro de Gary Dauberman, é não se debruçar sobre a origem de Pennywise, que no filme acaba funcionando mais como um simples mal a ser extinguido do que um ser inabalável cheio de base mitológicas.

Ainda que não apresente momentos mais assustadores que seu antecessor, It: Capítulo Dois é satisfatório de um modo geral. O filme entende que é muito mais impactante encerrar o confronto dos nossos protagonistas com “a Coisa” redimensionando suas relações emocionais do que de qualquer outra maneira. Seus arcos enquanto grupo e enquanto indivíduos se fecham perfeitamente e servem a uma melancolia e nostalgia que é muito bem-vinda ao final do filme.

Há uma paixão palpável que It: Capítulo Dois emana pelos seus personagens, e isso sem dúvida é essencial para marcar estes dois filmes como a adaptação definitiva desse conto de horror e amizade.

 

Confira cartazes de It: Capítulo Dois abaixo:

It: Capítulo Dois está em cartaz nos cinemas!