Supergirl: 3×21 – Eu esperava mais!

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Supergirl: 3×21 – Eu esperava mais!

Por Chris Rantin

Antes de começar a falar sobre esse episódio, queria deixar claro que apesar do que pode parecer, eu não sou um hater de Supergirl. Percebi que tenho reclamado muito da série nas últimas reviews e poderia acabar passando essa impressão, mas acontece que a única coisa que me faz reclamar tanto é meu carinho e amor por esses personagens e pela série. E é justamente por isso que às vezes fico tão irritado com a maneira como alguns personagens – e tramas – estão sendo trabalhados, seja com eles se contradizendo e tomando decisões incoerentes, ou quando forçam algo com um roteirismo fraco e sem graça.

Dito isso, que diabos foi essa luta contra a Reino???? Eu juro que, pelas fotos que tinham saído do episódio, esperava algo intenso e uma luta bem bacana que, como disse semana passada, terminasse com a fuga da vilã. Mas ai, em menos de cinco minutos, já vimos Mon-El e a Kara derrotarem a Arrasa-Mundo (que estava com os poderes de outras duas vilãs), utilizando a cura da Lena Luthor – que ficou pronta em poucos segundos.

E ai o que acontece? Reino é queimada ou exorcizada do corpo de Sam. Fico bem feliz de ter minha Sam de volta, mas a maneira que isso foi feito foi tão anti-clímax, tão sem graça e abrupto que eu simplesmente nem consegui aproveitar. Eu esperava mais.

É justamente essa sensação que tem ficado nos últimos episódios da série. Eu esperava mais. Essa temporada teve uma trama tão bacana, poderia ter levado os seus protagonistas para caminhos tão incríveis, desenvolvido eles de formas tão profundas, mas de um tempo pra cá tudo parece jogado e forçado. E isso é uma pena.

Depois que Reino, até então a grande vilã da temporada, foi derrotada ficou um clima de final de série, Supergirl decidindo ir embora pro planeta natal – o que foi bastante coerente já que, como vocês sabem, eu estava reclamando da falta de um maior entrosamento entre a heroína e sua mãe -, e todo mundo meio que seguiu sua vida, focando em outras coisas. Por vários minutos parecia mais que a série tinha sido cancelada e esse era um episódio bonitinho que finaliza tudo. Kara e Mon-El juntos, Sam com a filha dela, Alex lidando com a ausência da Kara e querendo adotar um filho, J’onn aceitando que o pai dele não iria melhorar…

Felizmente as coisas deram errado em Argo, mostrando que a luta ainda não tinha acabado. Gosto muito da ideia de que Selena, a bruxa, será a grande ameaça que Supergirl deve enfrentar, não só pela relação da personagem com a heroína (Selena foi a vilã do filme solo da Supergirl em 1984) como também por ser ela a grande responsável pelas Arrasa-Mundo e o despertar da Reino.

Claro, toda a revelação de que ela era a vilã presente em Argo poderia ter sido melhor, mas gosto da ideia de existirem várias seguidores dela espalhadas por ali. Toda essa ideia do planeta ser uma lugar bonitinho e perfeito me incomoda por deixar tudo muito chato.

Enquanto era quase morte por uma bruxa aleatória, vimos também que o romance entre Mon-El e Supergirl FINALMENTE vai voltar a acontecer. Eu continuo não sendo muito fã do Mon-El, mas tenho que admitir que ele é um novo homem nessa temporada – alguém bacana e respeitoso com Kara – mas principalmente, eu não aguento mais esse “chove não molha” deles. Toda a tensão entre os dois é desnecessária, já que fica claro que nada impede eles de ficarem juntos. Se eles vão acabar juntos, prefiro que isso aconteça de uma vez, chega de enrolação.

Já na Terra, nossos heróis enfrentavam um problema bem mundano: O comércio de armas. Eu amo quando séries americanas abordam esse assunto, especialmente pelo país sofrer tanto com os grandes massacres causados por algum imbecil armado.

Achei que a maneira como eles trabalharam esse assunto foi muito bem feita, seja mostrando o quão tosco é esse comércio – que isenta sua responsabilidade do que é causado pelas armas que eles vendem, usa como argumento essa coisa de “ai, ter armas é algo geracional e bonito” ou o “meus funcionários passariam fome se eu parasse de armar as pessoas” e principalmente, por comercializarem armas de porte militar para civis comuns.

A série também fez outra crítica muito bacana ao mostrar que só é preciso um dia ruim para que alguém surte e acabe matando os outros, o que deveria servir como um argumento para não armar todo mundo.

A maneira como resolveram tudo isso – com um diálogo e não criando uma zona de guerra ao colocar mais armas no confronto – foi muito bonita também, especialmente por ser J’onn aquele que entregou esse discurso. É bom ver que, mesmo sem a Supergirl, eles ainda conseguem servir como um farol de esperança para os humanos.

Em um tempo tão violento, achei bem foda também a série transformar o DEO em um ambiente sem armas letais, já que eles vivem provando que é mais que possível enfrentar os vilões (sejam humanos ou não) sem ter que matá-los.

Dito isso, é bastante absurdo a maneira como eles jogaram o fato da Lena Luthor apoiar o porte de armas. A maneira como a fala – e quase discussão – com James foi trabalhada foi tosca. Ela não argumentou que defende um maior controle na venda de armas, não deu bons motivos e nem nada. Isso só ajuda a construir a imagem de “Olha lá, ela é uma vilã”, algo que contradiz tudo que a Lena já fez e passou na série.

Lena já foi vítima de vários atentados causados por pessoas comuns portando armas. Lena já lutou os bandidos que receberam armas especiais da sua própria mãe. Lena já deixou bem claro que não defende mais violência. Colocarem a guria no episódio cuja mensagem é armas são ruim defendendo armas e agindo de uma forma superficial, não é bem irritante. Parece que decidiram que a Lena Luthor não vai mais ser a personagem incrível que eles haviam criado ela pra ser, mas sim uma personagem que cada vez mais é pintada de vilã e faz escolhas duvidosas para favorecer os heróis menos populares cof cof Guardião cof cof.

Fora esses pequenos probleminhas, que poderiam ter deixado o episódio ainda melhor, foi assuntos importantes foram discutidos, o que é sempre bom. Resta saber como a série vai conseguir trabalhar o resto da temporada, já que parece que virou moda colocar batalhas anticlímax de dois segundos.

O que vocês acharam do episódio?

Confira abaixo nossa galeria sobre a série:

Supergirl vai ao ar toda segunda-feira na The CW, as reviews do episódio saem toda quarta-feira aqui na LH!