Supergirl: 3×18 – Lena Luthor estava certa!

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Supergirl: 3×18 – Lena Luthor estava certa!

Por Chris Rantin

Imagine a seguinte situação: Você é um alienígena extremamente poderoso, capaz de voar, lançar raios de calor dos olhos, sopro gelado da boca, forte o bastante para parar um trem, invencível e imune a todo tipo de arma humana. Você também trabalha para um órgão do governo que, inicialmente, era responsável por prender e impedir ameaças alienígenas que poderiam ser tão poderosas quanto você. Para deter esses perigos você contava com suas habilidades e, é claro, as fraquezas dessas outras criaturas, criando equipamentos (como a bomba de chumbo que impediu a invasão Daximita) ou aprendendo técnicas para se livrar desses seres, já que de outra forma seria impossível vencer.

Mesmo assim, você acha que é uma ofensa pessoal alguém conseguir criar Kryptonita – também conhecida como a única coisa conhecida capaz de te deter -, mesmo sabendo que você pode perder o controle às vezes (como aconteceu no episódio sobre e Kryptonita Vermelha), mesmo sabendo que tudo isso é extremamente hipócrita e que, no fim das contas, você e seu primo estão agindo como Deuses que acham uma grande heresia alguém pensar em um plano de contingência caso algo dê errado.

Entendeu o quão hipócrita e tosca foi a atitude da Supergirl em relação a Lena Luthor? Veja bem, Lex Luthor é um babaca que queria matar o Superman, mas tudo que Lena queria era ter essa substância caso algo desse errado – Sabe, como no caso de uma Kryptoniana conhecida como Reino aparecesse para dizimar a Terra e, a única forma de parar ela, fosse utilizando a famigerada Kryptonita… Não é uma ofensa pessoal você querer se preparar para ter a mínima chance de lutar e se proteger contra um ser virtualmente invencível.

Tudo bem, ser exposta a essa substância é o mesmo que uma tortura inimaginável e, no passado, diversas pessoas já usaram ela para te machucar, mas como uma super-heroína que trabalha para o governo protegendo o mundo de ameaças, Supergirl já deveria saber que um plano de contingência é necessário. Ou então, imaginem se a Rainha Daximita, lá na segunda temporada, impedissem o chumbo na Terra porque isso era uma grande ofensa a ela, já que essa era uma das únicas substâncias capazes de matar seu povo…  

Além de bastante infantil, toda a reação da Supergirl mostra um complexo de Deus que a moça tem, mesmo negando ser tratada como um divindade no começo da temporada. Dizer que ela precisa ser a única pessoa a controlar a Kryptonita do planeta é risível, especialmente quando tudo pode ser corrompido e todo mundo pode surtar, até mesmo o maior dos heróis (como aconteceu com o Superman nos quadrinhos de Injustice).   

“Milhares de coisas podem me matar, Supergirl. E a todo o resto do planeta. Fogo, mas não saímos banindo fogueiras ou velas. Carros matam pessoas todos os dias, e ainda assim temos coragem de entrar neles de manhã e ir trabalhar. Só uma coisa no planeta mata Kryptonianos, e você não aceita a existência disso. Você tem mesmo um complexo de Deus.”

É triste ver que estão acabando com um dos melhores relacionamentos da série – e eu continuo defendendo que isso é culpa dos escritores que não sabem trabalhar o James Olsen -, mas não existe uma maneira de apoiar a Supergirl em todo esse surto hipócrita que ela está tendo. Por isso digo, como já havia dito no título dessa review, Lena Luthor estava certa.

E quando digo isso não me refiro apenas ao lance da kryptonita. A conversa do elevador, quando Lena joga na cara da Kara, depois de dar um olhar muito suspeito pra moça, todas as merdas que a Supergirl fez foi épico. Por que realmente, Supergirl não agiu de forma justa ou verdadeira – as bandeiras que ela ama carregar – quando pediu pro James invadir o cofre da Lena. Ela agiu como se estivesse acima da lei e dos humanos.

Mais do que isso, usar o namorado da Lena contra a moça é algo que a mãe Luthor faria. Abusando de uma “fraqueza” da filha para conseguir o que ela queria, explorando uma vulnerabilidade da garota que já havia sofrido com isso.

Quer ver outra prova de que a Lena estava certa? Se a Alex não tivesse surtado e insistido que precisava cuidar da Ruby a garota ainda estaria segura. Como Lena disse, Ruby estava indetectável, instalada confortavelmente em uma mansão invisível e incapaz de ser localizada – até mesmo pela Reino. Mas nãããããão, vamos lá atrapalhar o plano perfeito da Lena com essa coisa de querer ser mãe da filha dos outros…

Aliás, é preciso dizer que o roteirismo forçou a barra dizendo que Alex, uma agente do DEO, iria levar tanto tempo pra configurar um projetor de vídeo ou ainda que iria subestimar a inteligência da Ruby, deixando um celular desbloqueado perto da guria. O roteirismo também foi terrivelmente forçado quando fez Ruby cruzar toda a mansão e sair da sua proteção para fazer uma ligação. Se ela queria privacidade era só ir em um dos mil quartos…

Surpreendendo um total de zero pessoas, Mon-El acabou “precisando” voltar pra Terra para ajudar a Supergirl a impedir Reino que, como eu estava torcendo, pegou os poderes da Peste e Pureza. Os dois conseguiram unir forças – e usar paradoxos morais – para impedir a vilã de matar Ruby, mas no fim das contas foi a Kryptonita da Lena que conseguiu parar Reino.

Ainda que toda a hipocrisia da Supergirl e a destruição da amizade da Lena com a heroína, esse foi um episódio divertido, com boas cenas de luta – ainda que com um roteirismo forçado que chegava a incomodar em alguns momentos.

Mas o que vocês acharam desse episódio? Comentem!

No próximo episódio devemos ver James Olsen tendo mais do que uma fala e talvez servindo para avançar a trama – sem ser destruindo o relacionamento de duas mulheres incríveis. O rapaz deve receber aquele livro que a Tanya roubou do culto à Reino, o que deve conter a chave para a cura que a Lena está criando.

Enquanto aguardamos, confira abaixo o teaser do próximo episódio, assim como nossa galeria com as imagens:

Supergirl vai ao ar toda segunda-feira na The CW, as reviews do episódio saem toda quarta-feira aqui na LH!