Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×16 – Fragmentado!

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Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×16 – Fragmentado!

Por Gus Fiaux

Antes de mais nada, eu queria deixar um pensamento exposto, antes que ele me fuja à cabeça: Agentes da S.H.I.E.L.D. está pronta para entrar em sua Fase 2. E vocês logo vão entender o que eu quero dizer com isso.

Na última sexta-feira, foi exibido o mais recente episódio da série, intitulado “Inside Voices”, que dividiu a equipe em três núcleos diferentes. Em uma primeira instância, vemos Daisy e May indo atrás de Robin, a vidente que pode ter alguma pista a respeito do paradeiro de Coulson e a base da HIDRA onde ele estaria sendo feito de refém.

Conectando-se diretamente a isso, vemos Simmons e YoYo fazendo de tudo para conseguir libertar Fitz, que teria uma resposta mais direta sobre como encontrar o líder da S.H.I.E.L.D., o que força a Inumana veloz a combater Mack, seu parceiro.

E por fim, temos o próprio Coulson, preso pela General Hale e sofrendo tortura para que possa cooperar. No meio dessa jogada, ele encontra um transtornado Homem-Absorvente, e junto com o General Talbot, eles tentam fugir do cativeiro.

Não é preciso detalhar muito cada um desses núcleos, até porque esse é o tipo de capítulo que dispensa comentários. Mas ainda assim, é necessário falar o quanto esse episódio foi maravilhoso e trouxe mudanças significativas para a série.

Há semanas, S.H.I.E.L.D. vem crescendo consideravelmente. Como de costume, a quinta temporada começou relativamente fraca, mas agora que as pontas estão sendo amarradas, a série está ganhando uma nova proporção, e tudo passa a fazer sentido. Basta notar a conversa entre May e Robin, que carrega um dos momentos mais arrasadores de toda a série nas entrelinhas.

Isso me mostra que os produtores e roteiristas – especialmente Jed Whedon e Maurissa Tanchareon – são gênios que realmente têm tudo sob controle. E se por acaso eles não têm, na realidade, isso mostra que eles sabem ouvir os fãs e mudar elementos que não estão agrando em uma maré em prol do que realmente ressoa no pública.

Além disso, são pequenas situações que têm grandes impactos para a narrativa, e que mostram como os autores conseguem ser criativos e inovadores com personagens que estão aí há mais de cinco anos – sem fazer parecer que eles são vítimas do mesmo tipo de desenvolvimento eternamente, como acaba acontecendo, por exemplo, em séries como Arrow, The Flash e até mesmo outras da Marvel, que nem Demolidor e Jessica Jones.

O exemplo mais claro disso está na excelente cena de Simmons provando a teoria de que ela não vai morrer até chegar ao Lighthouse. Já conhecemos a personagem. Já testemunhamos seus pontos mais altos e suas jornadas mais baixas, e ainda assim, ela se prova uma heroína com algo mais a oferecer.

Estivemos diante da maior prova disso, conforme ela arrisca sua própria vida e a lealdade de seus amigos em prol de algo que vai muito além de seu amor por Fitz: ela está aqui atestando suas certezas e convicções, de uma forma que não costumamos ver nem nas melhores séries de TV da atualidade.

É justamente essa conexão entre os personagens e suas motivações que sempre tornou Agentes da S.H.I.E.L.D. um destaque entre tantas outras produções televisivas envolvendo super-heróis – mesmo quando a série era “ruim”, no início de sua primeira temporada.

Por outro lado, temos uma revelação genial, que fica por conta de ninguém menos que o Homem-Absorvente. Em dado momento, ele tenta absorver as propriedades elementares do gravitonium, a perigosa substância que interfere na natureza da gravidade. Mas as consequências para ele são severas: em vez de absorver o elemento em si, ele absorve quem está dentro dele – no caso, a consciência do Dr. Franklin Hall e de Ian Quinn, personagens que todos juravam que tinham sido esquecidos pela série.

Isso me fez pensar muito sobre como eu enxergava Agentes da S.H.I.E.L.D.. Vendo a quinta temporada, eu confesso que esperava um encerramento com chave de ouro. Mas então, tivemos as notícias de que a ABC e a Marvel podem renová-la para um novo ano, e isso me deixou profundamente dividido. Fiquei sem saber se seria legal ter uma continuação da história depois de um final tão louvável, e que culminava em tudo que já fomos apresentados ao longo de cinco anos.

Mas, vendo esse episódio e o que a série está se propondo a fazer, eu digo algo que pode soar até radical. Mas a quinta temporada é, para a série, o que Vingadores: Guerra Infinita está sendo para os filmes do Universo Cinematográfico da Marvel. É a conclusão de uma fase. A culminação de uma história de anos, e que está prestes a finalmente se fechar.

Isso significa que a sexta temporada, caso venha realmente a acontecer, será quase como uma nova primeira temporada, dando início a uma Fase 2 dentro da série – o que eu acho realmente fascinante e incrível, ainda mais levando em consideração o tamanho do planejamento que os showrunners sempre demonstram.

Eu fico até sem palavras, porque realmente tenho orgulho de ver isso. É uma série em que investi tempo e presença emocional. Eu me permiti ficar apaixonado por cada um desses personagens, sua história, seu passado e seu potencial. E isso está voltando de uma forma absurdamente inovadora. Não duvido que, num futuro distante, Agentes da S.H.I.E.L.D. seja lembrada de uma forma muito melhor do que é vista hoje, com tantas pessoas que desistiram nos primeiros episódios aparecendo para dar pitaco nos comentários e dizendo que a série não é boa.

E sinceramente, isso só me deixa feliz pra c@#@&*$!

No mais, devo dizer que uma única coisa me incomodou: a “morte” e “ressurreição” de Coulson. Por mais que eu entenda que esse momento tenha servido para dar pistas sobre o que estava acontecendo na cabeça de Carl Creel, ainda acho que tenha sido uma solução muito fácil, mas sem um grande propósito.

Digo, é a segunda morte de Coulson. Deveria servir para algo grandioso, mas o resultado final é apenas ok, porque não sentimos o peso desse revés e muito menos da ressurreição. É quase como se eles tivessem aprendido na escola do professor Superman.

Ainda assim, não é o suficiente para ofuscar a quase-perfeição desse episódio. Inside Voices” é um pináculo para a série, e um dos melhores episódios em séries de super-heróis, justamente por sua simplicidade e pela forma como consegue fazer jus não apenas aos dois, três episódios anteriores, mas a cinco anos de histórias.

Abaixo, confira imagens da série:

Agentes da S.H.I.E.L.D. vai ao ar às sextas-feiras. Não perca a review semanal da série aqui, na Legião dos Heróis.