Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×15 – A Mulher na Lua!

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Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×15 – A Mulher na Lua!

Por Gus Fiaux

Na última sexta-feira, a ABC exibiu o décimo quinto episódio da quinta temporada de Agentes da S.H.I.E.L.D., intitulado “Rise and Shine”, e para a nossa agradável surpresa, tivemos o retorno de um elemento consagrado da série: a presença inabalável da HIDRA, com direito à participação de membros influentes, como Jasper Sitwell, Wolfgang Von Strucker e Daniel Whitehall, todos com relevância considerável para o Universo Cinematográfico da Marvel.

Porém, engana-se quem acha que a história foi voltada, mais uma vez, para a organização terrorista ou para a jornada pessoal desses vilões. Na realidade, o papel central aqui foi da General Hale, conforme relembramos sua história de origem no cerne da instituição.

E devo dizer já de cara: como fiquei feliz. O que sempre me deixou intrigado a respeito de Agentes da S.H.I.E.L.D. foi a forma como a série sempre soube trabalhar de forma exímia seus antagonistas, criando um traço de humanidade muito aflorado e imponente. Aqui, nesse caso, podemos notar alguns paralelos com Grant Ward, mas a situação é bem diferente:

General Hale é o Ward que deu certo.

Afinal de contas, por que digo isso? Isso significa que Ward não era um vilão bom ou “não deu certo”? Não necessariamente. Quem acompanhou as três primeiras temporadas da série sabe que o vilão interpretado por Brett Dalton é um dos melhores antagonistas a já ter cruzado os caminhos do Universo Cinematográfico da Marvel.

Contudo, uma coisa sempre foi ausente no personagem: o lado humano. Toda vez que o personagem parecia ter uma emoção real, logo éramos surpreendidos com uma reviravolta brusca, quase sempre um prenúncio de uma traição, ou então o próprio personagem era repreendido. Nunca vimos Ward sofrendo de fato, ou mostrando motivos pelos quais sua personalidade tinha vulnerabilidades.

Aqui, o caso é completamente diferente. Hale, apesar de ser uma integrante da HIDRA, era apenas mais outra vítima do sistema. Não que ela não acreditasse naqueles ideais, mas sempre foi menosprezada e deixada de lado, mesmo quando era a melhor de sua classe ou a pessoa mais inteligente de um grupo. Aliás, aplausos para isso, porque temos, de forma bem sutil, uma excelente crítica ao machismo velado, e como mulheres são tratadas como “inferiores” a homens, de uma forma muito nítida.

Ao longo de sua origem, vemos toda sua inimizade com o Barão Von Strucker (um baita vilão desperdiçado) e como ela participou de uma revitalização terrorista do Programa do Super-Soldado, sendo obrigada a dar luz a uma criança que seria o novo rosto da HIDRA. E é claro, assim nasceu Ruby, que já conhecemos de episódios anteriores.

Mas tudo vai além. O episódio mostra as consequências da revelação da infiltração da HIDRA na S.H.I.E.L.D., bem como a “amizade” entre Hale e o General Talbot, que finalmente faz seu retorno desde que foi baleado na cabeça por um Modelo de Vida Artificial da Tremor na reta final do quarto ano da série. Mas o mais importante, sem a menor sombra de dúvidas, é o contato.

Hale tem feito contato com uma raça alienígena, e uma Confederação extra-terreste, que precisa de gravitonium e Inumanos treinados para impedir os Kree na guerra que está por vir. E sinceramente, eu não podia ficar mais feliz com isso, especialmente pela inclusão de Coulson pelas beiradas nisso.

Alguns de vocês, nos comentários, disseram que as letras que vemos na nave extra-terrestre pode ser parte do alfabeto dos Skrull, e isso faria um grande sentido, levando em conta o fato de que Phil Coulson estará em Capitã Marvel (onde a raça alienígena fará sua “estreia” nos cinemas), e que os transmorfos têm uma grande inimizade com os Kree, que pelo visto, são a ameaça principal para a sobrevivência da Terra. Claro que, no fim, pode ser outra raça, mas a possibilidade é, no mínimo, animadora.

Só isso já tornou o episódio excelente em meu conceito, mas uma revelação tornou ele ainda melhor: O “Destruidor de Mundos” na verdade é o título de um projeto especial da HIDRA para criar o guerreiro perfeito, infundindo gravitonium em seu corpo. Nos planos originais, é Ruby quem deve se tornar a guerreira perfeita, mas conforme vimos no futuro da Terra, foi a Tremor que acabou ganhando esse fardo, e sabemos que isso não deu muito certo para o planeta…

Agora, no entanto, estamos caminhando para uma jornada de descobrimento, onde Ruby tentará de tudo para se provar superior àquela que inveja.

No mais, tenho apenas elogios a tecer. Se a parte focada no passado da General Hale já foi perfeita e muito empolgante, o resto sequer deixou a desejar, dando realmente um aspecto consistente e forte para a trama, que só tem melhorado a cada episódio, desde que os agentes voltaram ao presente.

Particularmente, gosto bastante de toda a presença de Fitz no episódio: desde sua conversa com May, até a cena onde os heróis usam seu “lado vilanesco” como uma vantagem tática. Mas certamente, o que me destruiu foi a sequência final, onde Simmons o encontra e tem uma conversa emocionante, revelando inclusive o segredo obscuro de Deke. Está cada vez mais difícil não chorar e ficar intrigado com o que o futuro reserva para esse casal.

De qualquer forma, mais um excelente episódio. Em termos de direção, elogio a ideia de fazer uma “contagem regressiva” para mostrar o passado de Hale e de Ruby. Isso torna o episódio único, e com uma personalidade bem demarcada.

E se dizer isso não foi o suficiente, concluo falando: Pode entrar, General Hale. Já é uma das melhores antagonistas de Agentes da S.H.I.E.L.D., e ainda tem o potencial para ser muito mais.

 

Abaixo, confira imagens da série:

Agentes da S.H.I.E.L.D. vai ao ar às sextas-feiras, na ABC. Não perca a minha review semanal da série às segundas, apenas aqui na Legião dos Heróis.