Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×10 – O Predestinado!

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Agentes da S.H.I.E.L.D.: 5×10 – O Predestinado!

Por Gus Fiaux

A quinta temporada de Agentes da S.H.I.E.L.D., pessoalmente falando, têm sido um antro de altos e baixos. De um lado, temos episódios como o anterior a este, que não movimentam em nada a história e só se salvam por uma ou outra cena de ação legal. E do outro lado, temos um episódio como “Past Life”, o décimo capítulo dessa temporada, que deixa questões tão intrincadas em nossa cabeça que nem conseguimos saber ao certo o que está acontecendo.

Para iniciantes, o episódio começa justamente de onde o anterior parou, com Kasius e seu exército Kree descobrindo o corpo sem vida de Sinara, morta por Tremor. Enquanto isso, todos os Agentes da S.H.I.E.L.D. estão separados em suas próprias missões. Alguns tentam montar um monólito gigante para levar-los de volta no tempo, enquanto outros precisam libertar prisioneiros.

E é justamente nisso que o episódio acerta: em mostrar pequenas ligações entre os personagens e suas relações, enquanto desenvolve a história com algumas reviravoltas dramáticas muito interessantes. Aqui, descobrimos que os Kree fazem uma linha de experimentos com ressurreições de inumanos, para sempre tê-los à sua vontade – usando o sangue Kree, da mesma forma que já foi feita com Phil Coulson e, mais recentemente, com Tess.

Porém, a cereja do bolo é um momento-chave e extremamente emocionante, no qual finalmente descobrimos quem é a “vidente” a serviço de Kasius. Enquanto investiga em busca de prisioneiros e de pistas para construir o monólito, Elena Rodriguez, nossa adorada Yo-Yo, descobre uma versão futura de si própria, que é morta pelos Kree e ressuscitada constantemente.

Essa versão testemunhou o retorno da equipe ao passado, e acabou lidando com experiências traumáticas. Ela sabe que Mack morre em algum evento cataclísmico, e sabe que a culpa da equipe ruir aos poucos é de ninguém menos que Phil Coulson, que toma diversas decisões impulsivas e que, no presente momento, está morrendo por alguma infecção alienígena. Depois de voltar no tempo, essa futura Elena é capturada pelos Kree e morta, tem seus braços arrancados e é diariamente torturada para manter-se fiel às necessidades dos seus mestres.

Depois de fazer essas descobertas, a Elena do presente foge em busca de Mack, mas não o encontra. Isso acontece porque o grandalhão também está procurando por ela, mas acaba encontrando Kasius, que mata a Elena do futuro em sua frente, e logo em seguida ingere uma droga que aumenta os níveis de adrenalina e “ódio” em cada um. O que temos a seguir é uma luta brutal, onde Mack quase é morto não fosse pela intervenção de Simmons, que ajuda-o a derrotar e finalmente matar Kasius.

Ao fim do episódio, Deke e Enoch se sacrificam para tentar mandar os agentes ao passado. Eles usam o corpo do robô/alienígena como bateria para ativar o monólito, mas isso acaba gerando uma explosão que dizima boa parte da nave colonial. E a equipe inteira consegue viajar ao passado (como já sabemos pelo vídeo promocional do próximo episódio).

Em poucas palavras, estivemos diante de um episódio foda. Aqui, não temos mais a preocupação da enrolação do roteiro. Claro, ainda é bem difícil passar pelas cenas de monólogos insuportáveis de Kasius, mas uma vez que isso passa, é só amor e felicidade. Até mesmo os Kree e seu núcleo não estavam tão insuportáveis nesse episódio, e uma vez que Kasius ingere a poção maligna do ódio, até ele se torna assustador de uma forma que eu não esperava que ele pudesse ser.

Porém, o ponto alto do episódio realmente está nas revelações dramáticas. Eu já suspeitava de que o vilão teria mantido como refém algum dos agentes da S.H.I.E.L.D. depois que eles voltam ao passado, mas não podia esperar por uma cena tão profunda e emocionante. O encontro das duas versões da heroína traça um contraste surpreendente, enquanto vemos uma Yo-Yo altiva e disposta a mudar o futuro ao lado de uma que já perdeu todo o traço de esperança.

Mas o que me deixa mais curioso – e confuso – é a revelação de que Coulson é a chave para mudar o passado. Algo que está me deixando bem instigado é justamente o fato dele estar morrendo e da série estar resgatando diversos elementos dos anos anteriores. Em minha opinião, ou 1) esse é o ano final da série, e agora estamos recebendo diversos easter-eggs do passado como uma espécie de “conclusão” de todo o ciclo ou 2) Coulson realmente morrerá, e isso será um grande elemento do final da temporada. As duas coisas acontecerem simultaneamente também não deixa de ser uma opção.

E pensem comigo: agora teremos Vingadores: Guerra Infinita, e todos sempre ficam revoltados com a falta dos Agentes da S.H.I.E.L.D. nos filmes. Sabemos que Coulson já fez sua primeira aparição pública depois de sua ressurreição na quarta temporada, mas ainda não vemos sinal de união entre ele e os Heróis Mais Poderosos da Terra, seja no filme e muito menos na série. Faria muito mais sentido que ele fosse morto, para que os produtores apenas não tivessem que lidar com isso.

Em termos de técnica, não há nada que comentar além de elogios. Todas as cenas que requerem o uso de efeitos visuais são perfeitas. Fiquei realmente encantado pela cena em que Flint usa seus poderes de manipulação mineral para construir o monólito temporal a partir de outras rochas. O mesmo pode ser dito da luta entre Mack e Kasius, que trouxe uma violência e um senso de ameaça muito impactante.

Agora, teremos que esperar mais um mês até o retorno da série. Ainda temos várias perguntas não-respondidas, mas o simples fato desse episódio ter movimentado tanto a história e ter dado um bom foco nos personagens, enquanto fazia reviravoltas surpreendentes já valeu a pena pelo capítulo anterior, que realmente julgo o pior da temporada até o momento. Quando a série voltar, descobriremos o que aconteceu com esses personagens, antes do aguardado centésimo episódio. E eu só posso esperar que eles finalmente encontrem algum tipo de alívio.

Abaixo, veja algumas imagens do episódio:

Agentes da S.H.I.E.L.D. vai ao ar às sextas-feiras, na ABC.