10 coisas que você precisa saber sobre Candyman

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10 coisas que você precisa saber sobre Candyman

Por Gus Fiaux

Em 2020, chega aos cinemas a nova versão de um clássico dos filmes de horror. Em A Lenda de Candyman, vamos nos reencontrar com um ser sobrenatural que é invocado toda vez que seu nome é repetido cinco vezes. A franquia surgiu na literatura e logo se espalhou para os cinemas, onde ganhou uma grande repercussão.

Agora, com a saga prestes a retornar, selecionamos 10 coisas que você precisa saber sobre Candyman, desde a origem desse personagem lendário às suas características marcantes. Aqui, também falamos um pouco sobre os três filmes originais e sua mais nova sequência, para que você já possa se preparar para o novo longa!

Créditos: Divulgação

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O Criador

O grande criador da história de Candyman é ninguém menos que Clive Barker, um lendário cineasta e escritor que ficou mundialmente conhecido por criar a franquia Hellraiser. Barker é conhecido por seu horror subversivo e grotesco, e trouxe várias inspirações de lendas urbanas e mitos para Candyman.

A história surgiu originalmente em um conto publicado na antologia Livros de Sangue, e logo foi aos cinemas em uma trilogia iniciada em 1992. Porém, diferente de Hellraiser, a série de filmes de Candyman não foi dirigida por Barker, que ainda se manteve por perto como produtor e consultor criativo dos longas.

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O Conto original

O conto original que deu origem a Candyman se chama The Forbidden, e foi publicado originalmente em 1985, no quarto volume de Os Livros de Sangue, uma antologia de contos dividida em seis livros. O conto posteriormente foi renomeado em outras publicações como Candyman, e recentemente foi publicado no Brasil pela Darkisde Books.

O conto foi basicamente transcrito de uma forma muito fiel para os cinemas no primeiro filme da franquia. No entanto, o longa de 1992, intitulado no Brasil como O Mistério de Candyman serviu para expandir a obra, dando mais detalhes sobre a origem desse ser sobrenatural e como sua história está ligada à escravidão nos Estados Unidos.

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Candyman, Candyman, Candyman, Candyman, Candyman…

Tanto no conto quanto nos filmes, a mitologia do Candyman é muito peculiar e interessante. Para invocar o assassino lendário, é necessário falar seu nome cinco vezes. A partir daí, o “conjurador” é testado em relação à fé no mito do Candyman, e se a pessoa não acreditar nele, logo é morta de uma forma brutal.

Candyman também é uma figura muito peculiar. No livro, ele é descrito como um ser sobrenatural com a pele azul - enquanto, nos filmes, é um homem negro. Quando ele se aproxima, suas vítimas podem ouvir o zumbido de abelhas - que saem de seu corpo a partir pelo peito. Ele possui um gancho no lugar de uma de suas mãos, e pode aparecer onde quiser.

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Inspirações

Quando Clive Barker estava criando o personagem, sua maior inspiração veio de lendas urbanas e mitos dos Estados Unidos. O personagem é claramente inspirado na figura do assassino misterioso com um gancho no lugar da mão, embora também seja influenciado por Bloody Mary e outras figuras do imaginário grotesco.

Os filmes exploram ainda mais essa noção de lendas urbanas, retratando o personagem como uma figura que ganha força graças à fé das pessoas que acreditam em sua história e em seu poder, e ele também tem a capacidade de transformar pessoas em mitos, assim como ele próprio.

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Daniel Robitaille

A maior diferença entre o conto e os filmes está no personagem que era Candyman antes de se transformar em um assassino mítico. Daniel Robitaille era um filho de escravos livre, que foi contratado por um grande fazendeiro graças aos seus dons artísticos para pintar um retrato de sua filha.

Acontece que, ao fazer a pintura, Daniel se apaixona pela mulher, chamada Caroline Sullivan. Ao descobrir do romance proibido entre um homem negro e sua filha, branca, o pai de Caroline reúne vários moradores locais. Juntos, eles mutilam Daniel, arrancando sua mão e suas genitálias, e o cobrem com mel, o que faz com que ele seja picado por várias abelhas. Alérgico ao seu veneno, ele morre e jura vingança aos seus perseguidores.

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O Mistério de Candyman (1992)

O primeiro filme da série é O Mistério de Candyman, lançado originalmente em 1992. O filme foi dirigido por Bernard Rose (A Casa dos Sonhos), que também roteirizou o longa-metragem, adaptando o conto de Clive Barker. O filme logo se tornou um clássico dos anos 90 e um dos maiores exemplares do horror negro, isto é, focado em pessoas e vivências negras.

O filme segue Helen Lyle, uma estudante de semiótica que está em busca de uma matéria para produzir um artigo para a faculdade. Ao pesquisar sobre lendas urbanas, ela acaba ouvindo falar sobre o mito de Candyman em um cortiço em Chicago, e logo acaba tendo sua vida mudada pela presença desse assassino lendário. O filme apresentou Tony Todd no papel de Daniel/Candyman - e o ator logo se tornou o “rosto” do personagem.

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Candyman 2: Vingança (1995)

A primeira continuação do filme original veio ao Brasil como Candyman 2: Vingança, e é dirigido por Bill Condon (A Bela e a Fera). O filme segue a mesma estrutura do primeiro filme, com uma mulher que logo se descobre envolvida pelo mito de Candyman. Contudo, o filme serviu para apresentar mais sobre o passado de Daniel Robitaille.

Aqui, nós descobrimos mais de sua origem e de como se tornou uma lenda poderosa, enquanto ganhou admiradores, que o viam como um símbolo de resistência contra o racismo, ao mesmo tempo em que era temido por muitos. O filme foi criticado em seu lançamento, mas ganhou uma legião de fãs que o consideram um clássico cult, ainda que inferior ao original.

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Candyman: Dia dos Mortos (1999)

O terceiro filme da franquia é considerado o pior por uma série de razões. Intitulado Candyman: Dia dos Mortos, o longa estreou em 1999, e foi dirigido por Turi Meyer (Expresso da Morte). O longa traz a mesma história novamente, mas dessa vez é ambientado em 2020, vinte e cinco anos após os eventos do longa original.

A história é uma verdadeira desgraça e se foca em Caroline McKeever, uma descendente de Caroline Sullivan, a mulher por quem Daniel Robitaille foi apaixonado. O filme traz muita nudez desnecessária e foi criticado por seus atores amadores e por repetir muito da história dos dois filmes anteriores, soando redundante na franquia.

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A Lenda de Candyman (2020)

Felizmente, teremos um novo capítulo de Candyman em 2020, que será intitulado A Lenda de Candyman. O novo filme está gerando altas expectativas, por ser produzido por Jordan Peele (Corra!, Nós) e dirigido por Nia DaCosta, uma cineasta negra que, apesar de ter produzido pouca coisa, tem alguns trabalhos elogiados, como *Little Woods***.

O filme será protagonizado por Yahya Abdul-Mateen II, e contará com o retorno de Tony Todd ao papel do lendário Candyman. Dessa vez, a trama gira em torno de um protagonista masculino, que aos poucos vai se descobrindo “possuído” pelo mito de Candyman. O filme deve trazer questões como gentrificação e racismo nos dias atuais.

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Candyman vs. Hellraiser?!

Curiosamente, vários projetos relacionados a Candyman chegaram a ser desenvolvidos, mas alguns nunca chegaram a sair do papel. Nos anos 2000, inspirados pelo sucesso comercial de Freddy vs. Jason, a Miramax chegou a pensar em produzir um filme de crossover entre Candyman e os personagens da franquia Hellraiser.

Clive Barker, que criou ambas as franquias e seus personagens, foi veementemente contra a ideia, já que o universo de Hellraiser não tem nada a ver com as ideias demonstradas em Candyman. Ainda assim, teria sido no mínimo interessante ver um confronto entre o assassino lendário e Pinhead, o líder dos Cenobitas em Hellraiser.