Sexta-feira 13: por que as pessoas acreditam que é um dia azarado?
Sexta-feira 13: por que as pessoas acreditam que é um dia azarado?
Descubra a história por trás do dia mais temido do calendário
Toda vez que uma sexta-feira cai no dia 13 do mês, muita gente faz uma brincadeirinha ou até realmente fica preocupado. Alguns evitam tomar decisões importantes, outros não saem de casa e tem até quem jure que sempre acontece alguma coisa estranha. Mas afinal, de onde vem essa fama de “dia azarado”?
A resposta não é simples e nem tem um único culpado. A Sexta-feira 13 é resultado de uma mistura de superstições antigas, referências religiosas e, claro, um empurrãozinho da cultura pop.
A origem do número 13 como sinal de mau agouro
Muito antes de Jason colocar sua máscara de hóquei pela primeira vez no cinema, o número 13 já carregava uma fama duvidosa. Uma das possíveis explicações vem da Última Ceia: segundo a tradição cristã, 13 pessoas estavam sentadas à mesa, sendo que o 13º convidado era Judas Iscariotes — o apóstolo que trairia Jesus. No dia seguinte, uma sexta-feira, Jesus foi crucificado.
Essa associação entre o número 13 e tragédias teria ganhado força na Idade Média, quando o simbolismo bíblico passou a influenciar mais intensamente o imaginário popular europeu.
Por que a sexta-feira?
Além do número 13, a própria sexta-feira também já carregava um peso. De acordo com alguns estudiosos, como o antropólogo Dr. Phil Stevens, a sexta era vista como um dia de má sorte porque muitas coisas ruins na Bíblia teriam acontecido nesse dia: a crucificação, o dilúvio e até a expulsão de Adão e Eva do Paraíso são atribuídas, em algumas tradições, a uma sexta-feira.
Ou seja: juntar o 13 com a sexta é, para os supersticiosos, praticamente garantir que algo vai dar errado.
Um medo que cresceu com o tempo e com o cinema
Apesar de essas raízes serem antigas, a ideia de que a sexta-feira 13 é um dia amaldiçoado só se espalhou de verdade muitos séculos depois. A crença foi ganhando força na cultura ocidental com o passar dos anos, e a indústria do entretenimento tratou de transformá-la em algo ainda maior.
Em 1980, o cinema deu um empurrão definitivo com o lançamento do filme Sexta-feira 13, que eternizou o nome da data como sinônimo de horror. A partir dali, o dia virou tema de maratonas, tatuagens promocionais, campanhas de marketing e, claro, memes.
Sexta-Feira 13 foi criado para surfar no sucesso de Halloween, mas acabou se tornando um ícone por conta própria. O primeiro filme acompanha um grupo de jovens monitores sendo assassinados em um acampamento que carrega uma tragédia do passado — a suposta morte de um garoto chamado Jason Voorhees.
A relação entre a franquia Sexta-Feira 13 e a data tem mais a ver com o simbolismo do que com a história do primeiro filme.
Quando o longa foi lançado, os produtores aproveitaram a fama da data como um “dia amaldiçoado” para criar uma atmosfera de medo já no título, mesmo que o filme em si não tenha eventos diretamente ligados a uma sexta-feira 13.
A ideia era simples e eficaz: usar o peso supersticioso da data para atrair o público e deixar claro que aquilo seria uma experiência de terror.
É só superstição?
Para muitos estudiosos, como o próprio Dr. Stevens, o medo da sexta-feira 13 é um exemplo de pensamento mágico — quando acreditamos que duas coisas desconectadas (o número 13 e o dia da semana) ganham um poder especial quando se juntam.
Essa forma de pensar não é exclusiva de quem acredita em horóscopo ou simpatias: faz parte da maneira como os humanos tentam encontrar sentido em padrões.
E apesar do tabu, o número 13 vem sendo cada vez mais ressignificado. Hotéis e prédios já evitaram o 13º andar no passado, mas hoje muitas pessoas o adotam como um símbolo de sorte justamente para quebrar o estigma.
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