[CRÍTICA] Control – Quanto mais estranho, melhor!

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[CRÍTICA] Control – Quanto mais estranho, melhor!

Por Leo Gravena

O novo jogo da Remedy, Control, foi lançado a pouco menos de um mês e já conquistou uma legião de fãs, isso, porque através de uma jogabilidade única e uma trama bem elaborada e intrigante, o jogo trouxe algo novo e divertido para os fãs.

Control acompanha Jesse Faden, uma jovem que adquiriu poderes sobrenaturais quando era jovem e agora se encontra dentro do Escritório Federal de Controle, uma agência governamental secreta que estuda e contém objetos sobrenaturais.

Ficha Técnica:

Desenvolvedora: Remedy Entertainment

Publicadora: 505 Games

Diretor: Mikael Kasurinen

Plataforma: PC, PS4, Xbox One

Data(s) de lançamento: 27 de agosto de 2019

Aos primeiros minutos do jogo, a única coisa que conseguia pensar era: “entendi nada, mas estou amando”. Após algumas horas jogando o pensamento continuou o mesmo. Control é confuso, estranho, nada faz sentido, os personagens sempre parecem estar escondendo algo e na maior parte das vezes você sente que está completamente no escuro. De alguma forma, isso funciona perfeitamente.

Definir a trama é difícil, Jesse Faden sempre esteve procurando pelo Departamento Federal de Controle e nos primeiros minutos da história ela o encontra. A partir daí, assim como Alice, nós descemos com ela pela toca do coelho para uma história sobrenatural completamente surreal e divertida, na qual uma geladeira é um dos inimigos mais difíceis de se enfrentar e por algum motivo você vive indo para um motel encontrar novos caminhos pelo departamento. 

O jogo inteiro se passa dentro do DFC, um prédio gigantesco com diferentes setores (cada um deles com suas peculiaridades), os quais você precisa explorar para avançar a trama. O local foi invadido pelo “Ruído”, uma força sobrenatural que tomou o corpo de vários dos soldados e trabalhadores dali – os quais você tem que eliminar. Existem várias formas diferentes destes inimigos, assim, nunca realmente fica entediante lutar contra eles, já que cada um possui peculiaridades de poderes diferentes e maneiras distintas de serem mortos mais rapidamente.

Mesmo sendo de aventura e ação, o jogo consegue dar alguns sustos (um em particular, envolvendo um elevador, realmente fez com que eu pulasse do sofá), mas como um “bônus” a mais, Control sabe deixar o jogador desconfortável. Ao andar pelo que parece ser um prédio completamente normal e abandonado, com cadeiras e mesinhas de escritório, é difícil se acostumar com as vozes demoníacas, repetindo palavras irreconhecíveis, enquanto você espera que um enxame de soldados possuídos apareça de qualquer lugar para te agarrar.

Um dos elementos mais interessantes que o jogo traz são os artefatos e objetos com poderes especiais, cada um deles é importante para Jesse e sua jornada, trazendo problemas e inimigos diferentes para a protagonista. Todos os “chefes” do jogo são abatidos com diferentes estratégias, nas quais as habilidades e armas devem ser combinadas de maneira única para realmente conseguir sobreviver, não é somente “sair atirando com o máximo de dano” e pronto. 

Alinhando isso com a maneira como o Departamento é quase que um grande labirinto, o jogo se torna quase que um grande quebra cabeça, cheio de mistérios e partes secretas que devem ser descobertas. 

Tudo isso, alinhado ao fato de que em momento algum você realmente sabe exatamente o que está acontecendo na tela, faz com que Control seja diferente de qualquer outro jogo lançado nos últimos anos. Falar muito sobre a história é praticamente estragar a experiência de jogá-la.

Já em questão de jogabilidade, o game lembra bastante alguns títulos como Quantum Break, Alan Wake, The Evil Within 2 e InFamous: Second Son. Durante a história, Jesse vai desbloqueando novas habilidades para enfrentar os inimigos. As habilidades e a árvore de melhorias são bem simples e descomplicadas, o jogo não faz com que você tenha que gastar horas tentando criar um combo fatal ou melhorando armas, as opções estão lá e são bem simples e fáceis de se escolher.

O jogo parece não ter tido um gigantesco trabalho visual nos personagem, porém é interessante ver como ele traz gráficos bons e competentes, enquanto ainda conseguindo misturar elementos de live action, com atores reais, no meio da trama, misturando as duas mídias muito bem. O grande destaque é sua iluminação e ambientação. Mesmo que os gráficos dos personagens não seja dos melhores, todos os ambientes são feitos com um cuidado zeloso.

Cada um dos diferentes setores possui uma identidade própria, enquanto ainda assim sendo bem semelhantes uns aos outros. Os reflexos dos objetos e personagens (mesmo fora das cutscenes) é de tirar o fôlego e trazem algo bem diferente do que é visto normalmente.

Control possui uma história muito, muito confusa, mas extremamente satisfatória de ser acompanhada. Com várias missões diferentes e um prédio gigantesco com muitos locais para serem descobertos e analisados, a trama pode acabar ficando bem mais longa do que o desejado, porém continua sendo uma jornada excelente.